GUERRA GUARANÍTICA

GUERRA GUARANÍTICA
A RESISTÊNCIA
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quinta-feira, 19 de agosto de 2010

O QUE ESCREVEU JOÃO SIMÕES LOPES NETO SOBRE AS TRIBOS DO RIO GRANDE DO SUL

PINTURA DE INDIO CHARRUA



SOBRE AS TRIBOS RIOGRANDENSES





"Estava assim espalhada a população indígena do Rio Grande do Sul \; os MINUANOS estanciaram desde a lagoa Mirim até a margem direita do rio Camaquã e subiam pela esquerda do Jaguarão até o rio negro. Os TAPES estendiam suas tabas desde a lagoa dos PATOS(UPAVA) entre os rios Camaquã e Jacuí , prosseguindo para o norte entre Taquari e o ijuí-mirim, ainda sobre a dita lagoa e o ar.Os CARIJÓS OU PATOS) e do lado oposto os ARACHANES E CANANS, sobre o rio IBICUÍ-GRANDE E O URUGUAI para o norte os TAPES, nos campos da VACARIA OS CAÁGUAS, ao longo do rio Caí até o GUAIRA, VIZINHOS DOS BANHADOS DO iNHATIUM OS IAROS e ainda ao sul do IBICUÍ os GUENOAS e para oeste os CHARRUAS, dominando entre os rios NEGRO, QUARAIM E O URUGUAI.





Não são estes, como geralmente se há entendido, nomes distintos de raças ou nações, porém, apenas significativos ou apelidos meramene locais e referindo-se ou ao sítio habitado ou a costume ou feição mais peculiar a cada grupo. Estes diversos povos, com o decorrer do tempo, por motivo de intromissão dos europeus, se foram entrelaçando e fundindo ou arredando-se, de forma a não er desarrazoado tratar como principal para tipo geral, os guaranis, como os mais numerosos e organizados e depois os tapes, charruas e minuanos.





1-GUARANIS- eram de estatura média, reforçados e bem feitos, de cor acobreada. Tinham os sentidos muito apurados, olfateando DESDE MUITO LONGE A FUMAÇA E O FOGO, A CATINGA DO JACARÉ, E OUVINDO A CASCAVEL E O PISAR DO TIGRE, MUITO ANTES DE VER OS ANIMAIS.

Usavam a pesca também a ubá, canoa, feita de casca de certas árvores de grande porte.

Nenhuma cerimonia especial precedia o casamento, com a mesma facilidade com que tomavam mulher trocavam-na por outra, em certas ocasiões ofereceiam qualquer das suas mulheres a um amigo ou hóspede, este, ao partir, devia restitui-la.





No seu entender só ao pai se devia a vida do filho, sendo a mãe considerada apenas como guarda ou depositária da prole. A mulher depois de dar á luz ia com o filho lavar-´se no rio e continuava a lida diária, sem maior resguardo, em contra, conservava-se o marido deitado na rede e se abstinha de certas comidas.





Desde cedo ensinavam os rapazinhos o uso das armas e a maneira de fabricá-las.

Havia entre os da mesma tribo verdadeiro comunismo, nenhum comia ou bebia sem repartir com os demais.





Não conheciam a propriedade de terras ou de bens da raiz, nenhum possuia um campo como propriedade particular, era só enquanto lhe convinha ocupá-lo, temporariamente , como um bocado de sol ou a sombra de uma árvore.





2-TAPES- tinham os costumes comuns aos guaranis e habitos mais sedentários, sendo também de mais branda índole e entregavam-se boamente à catequese dos jesuítas e constituira,para diante, amalgamados aos guaranis , o povo sociável ás MISSÕES ORIENTAIS.





3-CHARRUAS E MINUANOS- corre em crônica que um inca , e tempo anterior à descoberta do NOVO MUNDO, tendo trazido uma invasão e conquista até a província argentina de TUCUMÃ , adiantaram-se forças suas até as margens do RIO DA PRATA, onde encontraram tribos índigenas, provávelmente de origem andina ,, que denominara CHARRUBAS, QUE EM LÍNGUA QUÍCHUA QUER DIZER RIBEIRINHOS.





E não é despropositado o aceitar-se a versão, atendendo a que os selvagens do Prata deram aos primeiros navegadores europeus a notícia da longinqua civilização e riqueza do império do sol que não era outro senão o PERU.

ERAM CHARRUAS E MINUANOS os dominadores das coxilhas. Usavam longos cabelos e trançados e cingiam a cabeça com um cocar de plumas de nhandú, vestiam-se de tangas de penas ou mantas( caipi)de peles de quadrupedes , muito bem sovados e que tingiam pela parte do carnal que era a que ficava para fora. Eram muito resistentes ao frio, à fome e à sede, agilissimos na carreira , um tanto nõmades, cada tribo ou bando de cinquenta famílias mais ou menos, carregavam as cobertas dos toldos, feitas de esteiras de táboas ou de couros e os demais apetrechos.

Quando após a ocupação, começaram os índios a ver os espanhóis a cavalo e servindo-se deles para a guerra e para o transporte trataram também de se apropriarem destes animais e tornaram-se admiráveis cavaleiros, montando em pêlo e sem freio, empregando em vez deste um anel(bocal) de guasca ao qual prendiam as rédeas pelo seu modo de domar, o cavalo cede para os dois lados, sob as rédeas unidas, ao passo que os europeus governavam puxando cada cana de rédea para o lado necessário.

De tal modo identificaram-se à montaria que SABIAM COMBATER ALINHADOS E FAZER CARGAS DE LANÇAS!

Os cavalos eram primorosamente amansados, uma das astúcias de guerra, que empregavam era de aproximar-se deitados sobre o dorso do cavalo ou sobre um dos lados, segurando-se às crinas, e cair, de improviso sobre o inimigo despercebido!





Na guerra e na caça gostavam de fazer as suas correrias nos lugares descampados. Os Charruas inventaram e atiravam eximiamente as boleadeiras , que faziam de pedras entalhadas , e bem assim o laço, aparelhos que empregavam também como arma.





quando os jesuitas vindos das Reduções de Guairá, lançaram com o acolhimento dos TAPES as primeiras capelas dentre IBICUÍ-IJUÍ grande, e trouxeram lotes de cavalos e vacuns, os CHARRUAS já conheciam estes animais. "









CONSIDERAÇÕES:

COMO OS INDIGENAS COSTUMAVAM TER QUANTAS MULHERES PUDESSEM SUSTENTAR, ESTA FOI UMA LUTA DURA PARA OS PADRES JESUÍTAS, PODE-SE DIZER QUE INGLÓRIA.



OUTRA LUTA FOI A DE "ENROUPAR" OS INDIGENAS. ELES SE SENTIAM PRESOS ÁS ROUPAS-UNIFORMES- CONTA-SE QUE FUGIAM E FICAVAM UM TEMPO FORA, DIZENDO QUE IAM CUIDAR DE DETERMINADAS ESTÃNCIAS DOS JESUÍTAS OU FAZER ALGUMA TAREFA E APROVEITAVAM PARA VOLTAR AOS SEUS COSTUMES, ÁS SUAS VESTES.



ESTES INDIOS, BONS CAVALEIROS, CHAMADOS DE VAQUEANOS OU TAPEJARAS POSTERIORMENTE AJUDAVAM OS JESUITAS NAS LIDES COM O GADO E DEPOIS DA DESTRUIÇÃO DOS SETE POVOS DAS MISSÕES MISTURARAM-SE COM OS PEÕES DAS FAZENDAS QUE PRECISAVAM DE BONS VAQUEIROS E DE BONS DOMADORES DE CAVALOS.

NO RIO GRANDE DO SUL AS ÚNICAS NAÇÕES INDÍGENAS QUE SOBREVIVEVEM ATÉ HOJE SÃO UNS POUCOS GUARANIS E OS KAINGANGS EM MAIOR NUMERO, COMO ERAM MAIS FEROZES E VIVIAM NAS MATAS MAIS AFASTADAS.



Postado por Ana Maria às 15:00 0 comentários:



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