Poemeu sobre o vento
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quarta-feira, 17 de abril de 2024
O VENTO
quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024
A IMIGRAÇÃO DA FAMÍLIA SEGANFREDO DESDE A ITÁLIA
FAMÍLIA SEGANFREDO
RELATO DOS PRIMÓRDIOS NA REGIÃO DA COLÔNIA ALFREDO CHAVES
Ana Maria Seganfreddo
Introduzo esse relato sobre meus
antepassados imigrantes italianos na então Colônia Alfredo Chaves, mais
precisamente na região da atual Nova Bassano e arredores relatando informações que obtive
ao longo de anos de pesquisa, mas também por ser filha de um bassanense,
Cornélio Seganfredo que ali viveu na linha décima até os 25 anos quando se
transferiu para Ciríaco onde se casou e se estabeleceu como agricultor .
Uma vez ao ano ele e outros agricultores migrados de Nova Bassano
visitavam o lugar de nascimento mais precisamente nas festas das
comunidades São Paulo Apóstolo e São
Roque nas festas dos padroeiros onde tinham a oportunidade de encontrar os
parentes e conhecidos que lá permaneceram.
ANTÔNIO
SEGANFREDDO, BARBA TONI
O nosso
mais ilustre antepassado , Antônio Seganfredo
na primeira estada no Rio Grande do Sul foi operário na abertura das estradas coloniais
e posteriormente no segundo reingresso missionário scalabriniano.
Nasceu Antônio em Mason Vicentino -VI-_Itália no dia
12 de junho de 1851, filho primogênito de Pellegrino Seganfredo e Maria
Volpato. Emigrou para o Brasil na década de 1880 com a idade de 31 anos,
portanto já adulto.
O que
sabemos dele provém da história oral contada por alguns parentes e poucos escritos de pesquisadores padres
scalabrinianos e principalmente pelas inúmeras cartas que enviou ao fundador da
Congregação Scalabriniana Dom Giovanni Battista Scalabrini e posterior à morte
deste ao sucessor superior da
Congregação e também para alguns
coirmãos com os quais conviveu no Rio Grande do Sul enquanto trabalhava na
missão da então Colônia Alfredo Chaves.
Antônio Seganfredo era de origem humilde e começou a trabalhar para prover seu sustento
desde os 14 anos , como ele mesmo relatou. Sempre como trabalhador braçal em Mason Vicentino e arredores sendo que em
1880 estando em Bassano del Grappa regressou à cidade natal e preparou-se para
emigrar para o Brasil.
O apelido de Barba Toni ,
segundo informações, foi dado porque ele era uma vocação madura no seminário e
significa “TIO TONI”.
Nessa época o governo Provincial do Rio
Grande do Sul começou a contratar operários para a abertura das estradas
coloniais até então praticamente inexistentes. Era necessário melhorar a
trafegabilidade nas Colônias para facilitar o deslocamento de pessoas e
transporte da produção agrícola já em expansão. Foi neste tempo que Antônio
Seganfredo partiu para o Brasil para esse serviço temporário acompanhado de
alguns compatriotas e foram empregados na abertura da principal artéria
colonial, a estrada Buarque de Macedo que partia do porto fluvial de São João
de Montenegro até Alfredo Chaves , atual Veranópolis passando por Garibaldi e Bento Gonçalves.
Conta-se que ele se empregou como cozinheiro do grupo de trabalhadores, mas
também exercia outros serviços braçais.
Ele trabalhou mais especificamente entre os atuais municípios de Bento
Gonçalves e Veranópolis. Á noite costumava reunir os trabalhadores dispostos a
rezar e desta forma deram-lhe o apelido de capelão. Desta sua prática cotidiana veio-lhe a ideia de,
após anos de trabalho voltar para a
Itália e ingressar em alguma Congregação religiosa onde pudesse preparar-se para
tornar-se padre e posteriormente voltar ao Rio Grande do Sul e exercer o
ministério presbiteral e assim fez .
Chegando na Itália dirigiu-se para Mason Vicentino e
ficou uns dias na casa dos pais. Conversando com a mãe falou-lhes sobre o seu
desejo de estudar para tornar-se padre . Conta a Irmã Mafalda Seganfredo,
sobrinha neta dele, que a mãe respondeu”_ como queres te tornar padre se nem te
vejo rezar?” Ao que ele respondeu”- Va la...va la... um Pai Nosso e uma Ave
Maria já são suficientes!”. A mãe falou isto porque naquela época os padres
tinham como característica o ascetismo, o que nunca foi o lado forte dele.
Levando adiante o seu ideal foi admitido primeiramente no Instituto Mander de
Fonte Alto- TV, que era apropriado para vocações maduras. Posteriormente,
fechando este dirigiu-se para Piacenza, Emilia Romagna, onde foi admitido no
Instituto para Emigrantes em 26 de setembro de 1892 , este fundado por Dom
Giovanni Battista Scalabrini com o propósito de formar missionários para
acompanhar os imigrantes onde quer que fossem, pois era muito grande o fluxo
migratório.
Ali permaneceu estudando teologia até o ano
de 1895, quando foi ordenado sacerdote
em 31 de março por Giovanni Battista Scalabrini.
Agora já sacerdote foi
enviado para o Rio Grande do Sul em 20
de julho de 1896, a bordo do navio a vapor Edilio Re, partindo de Nápoles
passando pelo Porto de Genova juntamente
com 2200 imigrantes. Assumiu no navio o
papel de capelão, onde pode acompanhar as vicissitudes deles e nessa viajem de
reingresso presenciou a morte de seis
crianças e uma mulher jovem.
Do porto de Santos onde
desembarcou cumpriu algumas visitas formais encomendadas por Dom Giovanni
Battista Scalabrini e foi a São Paulo visitar o padre Giuseppe Marchetti, no
Instituto Cristóvão Colombo, porém não o encontrou, foi posteriormente para
Curitiba onde visitou Santa Felicidade, onde encontrou os coirmãos naquela
missão e em seguida rumou para o Rio Grande do Sul. Ali foi se apresentar ao
bispo da Provincia porém não o encontrou, rumando então por conta própria para
a linha IX Ramiro Barcellos , no atual município de Nova Bassano onde já estava
desde 1892 seu irmão Giuseppe Seganfredo com a família. Era setembro de 1896.
Pretendia começar seu apostolado ali, onde havia uma pequena
Igreja perto do Monte Pareo, porém como os agricultores das linhas IX e X
estavam disputando o local onde seria erguida uma Igreja matriz começaram a
litigar entre si, então ele resolveu sair dali e ir para outro lugar então
chamado Capoeiras ou São João Batista do Herval onde tinha uma pequena
igrejinha em madeira nas terras do fazendeiro Silvério Antônio de Araújo
dedicada a São João Batista. Começou ali a atender os agricultores exercendo
todas as obrigações de um missionário.
No final de outubro do
mesmo ano chegou naquela Colônia também o padre Pedro Colbacchini, que já havia
trabalhado na missão do Paraná, depois retornara à Itália e agora novamente no
Brasil, mas na missão do Rio Grande do Sul.
Este contava com a ajuda
do padre Antônio Seganfredo, que deveria ser seu coadjutor, porém ambos eram
dotados de uma personalidade forte e não combinavam muito como companheiros de
trabalho, ficando então o primeiro radicado em Capoeiras de 1896 quando
retornou da Itália como padre até aproximadamente 1910 quando adoeceu
gravemente e voltou por um período à Itália para se tratar. Depois que retornou
da Itália permaneceu uma temporada em Porto Alegre atendendo os imigrantes que
continuavam chegando, porém na manhã do dia 23 de dezembro de 1912 teve um mal
súbito e morreu na Santa Casa de Misericórdia .
Padre Antônio Seganfredo por ter sido
operário antes de se tornar padre tinha facilidade em se misturar com a
população durante os festejos paroquiais,
participava das rodas de canto, pois amava cantar. Cantava enquanto
percorria longas distâncias a cavalo no meio dos matos, onde ia até cem
quilômetros de distância a visitar famílias por ali dispersas. Também
gargalhava, o que parecia um absurdo para um padre da época.
Mas era bem quisto,
ensinava remédios caseiros que aprendera com os caboclos da região e na
ausência de médicos era bastante procurado quando algum paroquiano adoecia.
Quanto aos coirmãos foi muito
criticado por vários motivos: um foi o
de não ter obedecido uma das regras da Congregação que era de permanecer sempre dois padres no local da missão.
Outra crítica era a de ser nepotista por ter
acolhido os pais e a família do irmão Carlo por aproximadamente dois anos na
residência paroquial, pois estes ao chegarem da Itália , sem saber falar
português foram parar com uma leva de imigrantes em uma fazenda de café em
Minas Gerais. Além disso foi até lá busca-los e os conduziu ao Rio Grande do
Sul, pela distância de ida e volta ficou fora da missão por quase quatro meses
sem a autorização do superior.
Em uma das cartas escrita em 1897 e enviada
para Dom Giovanni Battista Scalabrini expressou sofrimento. Escreveu: “- Eis a
vossos pés o último de vossos missionários. Me sinto cansado e deprimido pelas
calúnias que sou obrigado a ouvir do padre Pedro.”
Mas
também enfrentou adversidades quando em
1906 ocorreu uma grande seca na região. Secaram as águas, secou o pasto e favoreceu o
aparecimento de grandes nuvens de gafanhotos que devoraram todas as plantações
deixando a todos na miséria. Também uma epidemia de tifo matou muita gente
obrigando-o a passar muitas horas a cavalo e a pé indo atender os moribundos.
Mas teve a audácia de construir juntamente
com os colonos uma Igreja em alvenaria, começando em 1898 . A mesma foi
inaugurada por Dom Giovanni Battista Scalabrini na sua visita pastoral em 1904.
Em seu diário de viagem Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto
estava visitando a região :
“_O Pe. Seganfredo sente extremamente a falta de um colega.
Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até
quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para
outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para
administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às 12 horas partirei para nova Bassano
, distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira
juntamente com Carlos e o Pe. Marcos .
Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei solenemente amanhã ou depois. É obra do
bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração
de todos.”
No
ano de 1915 os restos mortais do Pe.Antonio foram trasladados de Porto Alegre onde estava sepultado e trazidos para Capoeiras fato este que causou uma grande comoção, e uma multidão foi recebe-los a 10 km de
distância para acompanhar o cortejo e
sepultados foram na Capela Maior daquela Igreja que construíra junto com seus
paroquianos, tendo uma inscrição em uma lápide de mármore que dizia” -Ao
Reverendo Pe. Antônio Seganfredo, missionário carlista, fundador desta Igreja
por 14 anos pastor muito amado, Capoeiras reconhecida: 1851-1912.
Porém com a construção da
atual Igreja de Nova Prata os restos mortais dele foram retirados daquela
Igreja primeira e dizem que foram enviados para Nova Bassano, pois a paróquia já
não era gerida pelos scalabrinianos. Neste trajeto ninguém mais soube que fim
tiveram, não há um lugar de sepultura para que possamos visitar. Mas, seja lá o
que tiver acontecido, o que permanece é o exemplo de sacerdote, um homem que
parecia ser rude, mas que tinha um coração compassivo, um verdadeiro apóstolo
de Jesus.
GIUSEPPE
SEGANFREDO
Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de
novembro de 1853. Irmão de Antônio Seganfredo, o missionário , emigrou para o Brasil juntamente com a esposa
Margherita Marcon e os cinco filhos do casal, partindo de Mason Vicentino em 15
de dezembro de 1891. No mesmo dia partiu também sua irmã Lucia Seganfredo
nascida em 12 de junho de 1856, casada com Girolamo Lovison e os três filhos .
Foram incentivados a emigrar por Antônio Seganfredo que já havia retornado para a Itália. Antônio
alimentava um sonho que era de reunir toda a família no Rio Grande do Sul.
Giuseppe Seganfredo embarcou com a família
no vapor Solferino e aportou no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892. Logo
em 16 de março de 1892 embarcou com a família no navio Iris e em 19 de março já
estava no Rio Grande do Sul onde foi encaminhado para a Colônia Alfredo Chaves,
na linha IX, Ramiro Barcellos, ocupando o lote 37.
Como havia combinado com o irmão Antônio,
ali chegando começou a movimentar os colonos para solicitar a vinda de um padre
para atender essa parte da Colônia. Foi muito ativo nesta busca, porém , apesar
de ter Lucia Seganfredo com a família morando na mesma linha, mais tarde também
a família de Carlo se estabeleceu ali, os irmãos Seganfredo realizaram o sonho
em parte, porque Antônio escolheu permanecer em Capoeiras, atual Nova Prata e
Luigi , o caçula permaneceu na Itália, não conseguiu embarcar em 1897 pois a esposa Giullia Bellinaso estava
grávida. De Luigi descendem nossos parentes italianos de Maróstica.
Giuseppe Seganfredo sempre foi agricultor e
morou sempre nesse endereço onde faleceu em 10 de junho de 1919.
Dos filhos nascidos na Itália o menino Lino,
que nascera em 1887 faleceu depois de chegar ao Rio Grande do Sul, porém não
sabemos onde foi sepultado, talvez na beira da trilha percorrida até chegar ao
destino final, como acontecia seguidamente.
No Brasil nasceram mais
dois meninos, a um deles deram o nome de Lino Marcon Seganfredo ,(ano de
1894) para homenagear o irmão . Este
posteriormente casou-se com Virgínia Barbisan. Riccardo Marcon Seganfredo
também nasceu no Brasil em 1896 se casou com Francisca Anzolin. Pellegrino,(ano
1880) meu avô, casou-se com Catterina Seganfredo, e eram primos. Maria (ano
1884) casou-se com Francisco Balzan, Antônio (1885) casou-se com Giovanna
Caldieraro e Catterina( ano 1891) casou-se com João Caron.
Margherita Marcon faleceu
em 5 de agosto de 1916. Tanto Giuseppe quanto Margherita permaneceram sempre em
Nova Bassano e ali também foram sepultados.
LUCIA
SEGANFREDO
Lucia Seganfredo nasceu em 12 de junho de
1856 em Mason Vicentino-V - Itália.
Girolamo Lovison nascido em 22 de junho 1851 casou-se com ela no dia 24 de janeiro de 1877.
Partiram de Mason Vicentino no mesmo dia de
Giuseppe Seganfredo, 15 de dezembro de 1891, como consta no Foglio de Famiglia.
Vieram trazendo três filhos Luigi,
Catterina e Andrea. No Brasil nasceram mais dois filhos: Giovanni Battista e Antônio.
Estabeleceram-se na linha IX, Ramiro Barcellos
, lote 35 , mas possuíam outro lote na
linha 31, no ano de 1892, portanto
quatro anos antes do padre Pedro Colbacchini ali chegar.
Lucia faleceu em 28 de dezembro de 1941, no
lote 31 da linha Ramiro Barcellos, por isso deduzimos que ali foi construída a
casa. Girolamo faleceu em .8 de junho .de 1922 .em Nova Bassano onde foi
sepultado .
Luigi (ano de 1886)
casou-se com Ângela Carollo, Cattterina (ano 1887) casou-se com Camilo Sasso,
Andrea( 1879) casou-se com Fortunata Anzolin, Giovanni Battista (ano de 1893) casou-se com Emilia Dalla Costa,
Antônio( 1900) casou-se com Aurélia Lazzarotto
e posteriormente com Ursula Zortea.
Deduzimos que Giuseppe Seganfredo e Girolamo
Lovison com suas famílias partiram de Mason no ano de 1891 chegando no Rio
Grande do Sul no inicio de 1892, sendo
ambos considerados pioneiros entre as
primeiras famílias que se estabeleceram na região de onde surgiu posteriormente
Nova Bassano.
Desta família originou-se uma grande
descendência, uns permaneceram em Nova Bassano, outros migraram para outras
regiões e exercem variadas profissões.
CARLO
SEGANFREDO
Carlo Seganfredo nasceu em oito de
outubro de 1858 em Mason Vicentino, VI_
Itália e casou-se com Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Faleceu
em Nova Bassano em 17 de maio de 1945.Maria Giovanna Nicoli nasceu em.14 de
agosto de 1861 e faleceu em 11 de janeiro de 1933. Ambos foram sepultados em
Nova Bassano.
Carlo Seganfreddo partiu de Mason Vicentino
em 30 de março de 1897 com os sete
filhos. Trouxeram consigo também o velho pai Pellegrino. e Maria Volpato .
Também os acompanhava até o porto de Genova o irmão Luigi com os filhos e a
esposa Giullia Bellinaso. Como esta estava em adiantado estado de gravidez não
foi admitida no navio, então essa família retornou para Mason e ali permaneceram,
ficando assim a família dividida.
Quando chegaram no porto
do Rio de Janeiro sem saber falar o português seguiram juntamente com uma leva
de imigrantes para uma fazenda de café em Minas Gerais onde permaneceram por
alguns meses até conseguirem se comunicar
com o padre Antônio Seganfredo que já estava em Capoeiras e este,
aconselhado por alguns coirmãos partiu no dia dois de julho e retornou com eles
em .oito de setembro. Chegando no Rio
Grande do Sul deixou os pais e a cunhada com duas crianças menores em São João
de Montenegro e caminhou dali acompanhado do irmão e 5 sobrinhos por três dias embaixo
de uma chuva torrencial até chegar em Capoeiras. Em uma das cartas onde narra o
fato a Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu –“ cheguei doente, mas vivo.”
Carlo , talvez por ter
sido enviado a outra região chegando na Colônia Alfredo Chaves ficou sem
propriedade rural, o que o obrigou a permanecer por dois anos em Capoeiras com
o irmão Padre Antônio.
Em 1900 já se instalou
perto do irmão Giuseppe, na linha IX. Ali permaneceu por algum tempo e abriu
uma bodega de Secos & Molhados, produtos que eram de necessidade básica dos
colonos. Infelizmente um certo dia, passando um cortejo festivo de casamento
estourando morteiros uma faísca caiu em cima da casa de madeira que incendiou e
a perda foi total. Construíram ali uma outra pequena casa, mas com o passar do
tempo deixaram ali um dos filhos e mudaram-se para o núcleo de Nova Bassano,
que já ia crescendo, abrindo em uma grande casa de madeira na qual moravam uma espécie de hospedaria . Carlo era sacristão, não era muito afeito aos trabalhos
pesados na agricultura rudimentar, era muito franzino, por isso optou por outro
trabalho que não o rural.
A família era numerosa: Catterina(1882) minha
avó, casou-se com Pellegrino Seganfredo, o primo, Amália(1885) casou-se com
Augusto Segalin, Maria (1886) casou-se com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888)
casou-se com Maria Thereza Soccol, Assunta(1890) casou-se com Angelo Zandoná,
Lino (1893) casou-se com Thereza Parisotto, Livia ( 1896) casou-se com
Francisco Tecchio, Estes nascidos na Itália.
Esses abaixo nasceram em
Nova Bassano.
Gilberto (1899) casou-se
com Maria Tecchio, Florinda ( 1900) casou-se com Francisco Tonini, Silvio ( 1902)casou-se
com Palmira Vanzin, Luís (1904) casou-se com Elisa Tedesco, Augusto ( 1907)
casou-se com Maria Segalin.
Sobre a participação da família de Carlo em
Nova Bassano podemos destacar Cirillo, que quando jovem morou com o padre Pedro
Colbacchini e era aluno do padre Antônio Serraglia. A ideia era estudar e
tornar-se padre. Voltou para a Itália para prestar o serviço militar em
Maróstica, já em 1910 retornou para o Brasil e em 1912 estava trabalhando em São
Paulo, em um lugar chamado Rio Claro , onde havia uma filial do Instituto
Cristóvão Colombo pertencente aos padres
scalabrinianos. Depois da morte do padre Antônio Seganfredo, cremos que pouco
depois voltou para Nova Bassano onde organizou juntamente com outros jovens a
Banda Bassanense, Ele era o maestro.
Também podemos destacar a participação de
Silvio Seganfredo na Cooperativa que prestava serviços aos agricultores
comercializando um pouco de tudo que era necessário aos mesmos. De fumo de rolo
, arame farpado, instrumentos de trabalho para a agricultura, víveres , enfim um comércio de Secos & molhados,
muito comum naqueles tempos.
Com o passar dos anos muitos
migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, mas também para Santa
Catarina e Paraná, porém ainda permanecem muitos descendentes destas três
famílias de pioneiros no povoamento de Nova Bassano.
HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA DE IMIGRANTES ITALIANOS-UM PADRE MISSIONÁRIO
Padre Antônio Seganfredo – Barba
Toni
Segundo missionário Scalabriniano no
Rio Grande do Sul
Nasceu em Mason Vicentino-VI-Itália em 12 de junho de 1851, filho de
Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Emigrou para o Brasil no inicio da
década de 1880 para trabalhar como operário na abertura de estradas coloniais.
Empregou-se como cozinheiro e reunia os compatriotas para rezar á noite o que lhe rendeu o apelido de
capelão. Sentiu então um chamado vocacional e resolveu depois de anos de
trabalho entre Bento Gonçalves e Veranópolis voltar para a Itália e estudar
para tornar-se padre. Foi aceito no
Instituto Mander de Fonte Alto -TV, voltado à vocações maduras e posteriormente
no Instituto para Emigrantes em PIACENZA, fundado por Dom Giovanni Battista
Scalabrini. Foi ordenado padre em 31 de março de 1895 com 44 anos de idade. No seminário tinha o nikename de Barba
Toni, porque já era um homem de meia
idade, o que quer dizer em uma linguagem local “TIO TONI. Em
1896 foi enviado para a Colônia Alfredo Chaves chegando em setembro.
Instalou-se na casa do irmão Giuseppe Seganfredo que havia emigrado em 31 de
dezembro de 1891 e desde março de 1892 estava ocupando o lote 37 na linha IX no
território da atual Nova Bassano. Ali tinha uma pequena igrejinha em madeira
perto do monte Pareo, começou a trabalhar mas como os colonos das linhas IX e X
disputavam o local da construção de uma Igreja maior começaram a litigar entre
si, retirou-se para a Capoeiras, onde
havia uma pequena igreja em madeira nas terras do fazendeiro Antônio Silvério
de Araújo. Ali Começou a desenvolver a missão entre os colonos. No final de
outubro no mesmo ano chegou também o padre Pedro Colbacchini. O padre Pedro era
o chefe da missão, mas como os dois padres eram muito diferentes no modo de
atuar o padre Antônio Seganfredo permaneceu em Capoeiras e o padre Pedro
Colbacchini foi para a região da atual
Nova Bassano onde se instalou temporariamente na casa de um colono na linha
X. O padre Antônio Seganfredo permaneceu
nessa missão entre Capoeiras, atual Nova Prata, Protásio Alves e arredores de
1896-1912 quando teve um mal súbito e faleceu na Santa Casa de Misericórdia em
Porto Alegre onde foi sepultado. No ano
1915 exumaram o corpo e os restos mortais foram transladados para Capoeiras
onde uma grande multidão esperava o cortejo. Foi sepultado na capela maior da
Igreja de São João Batista onde em uma lápide de mármore estava escrito “- Ao
padre Antônio Seganfredo missionário carlista fundador desta igreja por 14 anos
pastor muito amado.Capoeiras reconhecida.1851-1912.
Durante os anos em que ali exerceu
seu papel de missionário incentivou os agricultores a solicitar ao governo
provincial escolas para as capelas, visitava as famílias de imigrantes até 100
km de distância a pé e a cavalo, esteve junto com os imigrantes quando em 1906
houve uma grande seca na região, as águas secaram, o calor propiciou o
surgimento de nuvens de gafanhotos que devoraram as plantações, houve um surto de tifo e
morreram muitas pessoas, o que o obrigou a atender de norte a sul
incessantemente os doentes.
De temperamento extrovertido,
gargalhava contando histórias, cantava nas rodas nos dias das festas religiosas
, ensinava remédios caseiros que aprendera com os nativos aos colonos, por isso era muito procurado e amado. Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu
enquanto estava visitando a região em
1904:
“_O Pe. Seganfredo sente extremamente a falta de um colega.
Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até
quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para
outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para
administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às 12 horas partirei para nova Bassano , distante
apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira juntamente com
Carlos e o Pe. Marcos . Há uma igreja
muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei solenemente amanhã ou depois. É obra do
bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração
de todos.”
Depois da morte dele em 1912 a
paróquia permaneceu na direção dos scalabrinianos até 1918. Dali em diante foi
gerida pelos padres seculares. Com a construção da igreja atual em Nova Prata a
primeira foi desativada, os restos mortais dali retirados e, dizem, enviados
para Nova Bassano para que dessem a devida destinação. Algo aconteceu neste
intervalo de tempo e não sabemos mais onde foram parar, não temos um lugar de
sepultura para visitar. Pela mudança de gestão daquela paróquia e por não ter
um lugar de sepultura a história dele foi esquecida até o tempo presente . Mas como o tempo se encarrega de resolver certos esquecimentos, pôde ele mesmo contar sua história através do
resgate das cartas manuscritas desde o arquivo geral da Congregação dos Padres
Scalabrinianos em Roma.
Giuseppe Seganfredo- pioneiro no
povoamento de Nova Bassano (então Colônia Alfredo Chaves)
Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de
novembro de 1853 em Mason Vicentino-VI-Itália- filho de Pellegrino Seganfredo e
Maria Volpato. Casou-se com Margherita Marcon em 25 de novembro de 1875. Em 15
de dezembro de 1891 partiram de Mason emigrando para o Brasil juntamente com os
5 filhos. Na mesma data partiu Lucia Seganfredo com o marido Girolamo Lovison e
os 3 filhos. Embarcados no navio a vapor Solferino chegaram no porto do Rio de
Janeiro em 26 de janeiro de 1892.Em meados de março de 1892 chegaram em Porto Alegre
embarcados no paquete Iris e já foram encaminhados para se estabelecer no lote
37 da Linha IX ,Ramiro Barcellos, perto do monte Pareo. Dos 5 filhos nascidos
na Itália Lino faleceu em solo riograndense logo ao chegar e como não
encontramos certidão de óbito pode ter sido sepultado na beira da trilha que
conduzia os primeiros povoadores até seu destino final, como costumavam fazer.
Na beira destas trilhas havia muitas cruzes- contavam os nossos anciãos.Em 1894
nasceu outro menino ao qual deram o nome de Lino Marcon Seganfredo, e mais
outro menino em 1896 Riccardo. Pellegrino (1880) casou com Catterina
Seganfredo, Maria(1884) casou com Francisco Balzan, Antônio(1885) casou com
Giovanna Caldieraro, Catterina (1891) casou com João Caron, Lino(1894 )casou
com Virgínia Barbisan) Riccardo (1896)casou com Francisca Anzolin.
Giuseppe foi um dos agricultores que
começou a movimentar os compatriotas da linha IX para solicitar um padre para
atender os imigrantes nessa parte da região de Alfredo Chaves.
Sempre foi agricultor e ali faleceu
em 10 de junho de 1919 . Margherita
Marcon faleceu em 5 de agosto de 1916.
Ambos foram sepultados em Nova Bassano.
Desta família podemos destacar
Pellegrino Seganfredo, o primogênito, que foi professor por diversos anos em
uma escola para os filhos dos imigrantes ensinando ler e escrever em português.
Carlo Seganfredo- nasceu em 8 de
outubro de 1858 , irmão de Antônio, o missionário, de Lúcia e de Giuseppe.
Casou-se com Maria Giovanna Nicoli em 28
de janeiro de 1885. Emigrou para o Brasil em 4 de abril de 1897 com os 7 filhos
e os pais Pellegrino de 81 anos e Maria Volpato de 69 anos. Aportaram no Brasil
no inicio de maio. Depois de 3 meses trabalhando em uma lavoura de café em
Minas Gerais vieram para o Rio Grande do Sul, na mesma Colônia Alfredo Chaves.
Ficaram por ali esperando ser designado um lote de terras e enfim em 1898 foram
se estabelecer na mesma linha IX vizinhando com Giuseppe e Lucia. Abriram uma
bodega de Secos & Molhados, comum na época, com produtos que eram de necessidade dos colonos.
Infelizmente em um dia que passava um cortejo de casamento dispararam um
morteiro que caiu em cima do telhado de madeira e queimou a casa e a bodega.
Construiram outra casinha de madeira ali, mas como estavam sem nada foram morar
em Nova Bassano, que começava a prosperar , em uma grande casa de madeira onde
abriram uma pequena pensão com refeitório. Tiveram 12 filhos que se casaram em
Nova Bassano, 7 italianos e 5 brasileiros.
Catterina(1882) casou com Pellegrino
Seganfredo, Amália(1885) casou com Agostino Segalin, Maria( 1886) Casou com
Natale Luigi Signori, Cirillo(1888) Casou com Maria Soccol, Assunta(1890) casou
com Angelo Zandoná, Lino(1893)casou com Thereza Parisotto. Livia(1896)Casou com
Francisco Tecchio, Gilberto(1899)Casou com Maria Tecchio, Florinda(1900) casou
com Francisco Tonin, Sylvio(1902) casou com Palmira Vanzin, Luis
Ernesto(1904)casou com Elisa Tedesco, Augusto(1907) casou com Maria Segalin.
Destes filhos dois se destacaram em
Nova Bassano, sendo Cirillo professor e maestro da Banda Bassanense , ativa no
ano de 1915. Sylvio fundou uma cooperativa denominada Cooperativa Mista
Bassanense, cita à rua Duque de Caxias , 29. Ali vendiam tudo o que os
agricultores precisavam, desde ferramentas agrícolas, arames, pregos, fumo de
rolo, inseticidas, sementes e também ferraduras e arreios para os cavalos.
Fundada ali pelo ano de 1959, funcionou por muito tempo sob o comando de Sylvio
e do filho deste Eloi Benito, posteriormente acabou encerrando as atividades.
Destas famílias também se originaram
profissionais liberais, atuando em várias atividades, muitas famílias migraram
para outros lugares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no tempo
presente estão praticamente em todos os Estados do Brasil
Fontes de pesquisa:
Seganfredo Ana , Seganfreddo Alessandro-Uma
Família, Uma História- 2018-AllPrintEditora-Erechim
Baréa Dom José- A vida Espiritual nas Colônias
Italianas -RS-EdiçõesEST
sábado, 18 de março de 2023
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
domingo, 11 de maio de 2014
A REVOLUÇÃO FARROUPILHA
domingo, 26 de janeiro de 2014
sexta-feira, 3 de janeiro de 2014
domingo, 15 de dezembro de 2013
segunda-feira, 9 de setembro de 2013
segunda-feira, 4 de março de 2013
quarta-feira, 7 de novembro de 2012
sábado, 23 de junho de 2012
terça-feira, 1 de maio de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
domingo, 15 de abril de 2012
sexta-feira, 6 de abril de 2012
quinta-feira, 5 de abril de 2012
quarta-feira, 4 de abril de 2012
terça-feira, 27 de março de 2012
A MAIOR PRAIA DO MUNDO
http://youtu.be/u_WS5IYFPNE-ACESSE AQUI
sábado, 10 de março de 2012
segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012
COMENTARIOS ADCIONADOS E RECEBIDOS
Tudo começou quando o soldado espanhol Ignacio de Loyola foi ferido em uma batalha no ano de 1521. Durante a recuperação converteu-se ao catolicismo.Ele era filho de fidalgos, mas despojou-se de todos os bens materiais.ganhou seguidores , estudou teologia e em 1537 ordenou-se sacerdote em Veneza.fundou então a companhia de jesus , que foi reconhecida em 1540.andavam pelo Mundo, na India, no japão e por fim na américa.Educadores e engajados na política deixaram sua marca por onde passaram.
sono contento di poter conoscere una realtà così diversa dalla mia di europeo -PIERLUIGI CIBIN
A CHEGADA DOS JESUÍTAS NA AMÉRICA DO SUL DEU-SE BEM ANTES DO QUE GERALMENTE É COMENTADO. VEJAM QUE NO SÉCULO XVI OS DISCIPULOS DE LOYOLA, O SOLDADO DE DEUS , JÁ SE ENCONTRAVAM ENTRE OS POVOS INDIGENAS. DESTES PRIMEIROS DOIS SÉCULOS DE TRABALHO POUCO RESTOU, POIS O QUE TINHA SIDO CONSTRUIDO NO PARAGUAI, ARGENTINA, PARTE DA BOLIVIA FOI DESTRUÍDO NA DISPUTA PELO TERRITÓRIO ENTRE OS PORTUGUESES E OS ESPANHÓIS. NA REGIÃO DE PASSO FUNDO/CIRÍACO NADA FICOU POIS NÃO HOUVE TEMPO DE CONTRUIR NADA. A REDUÇÃO DE SANTA TERESA DUROU DE 1632 A 1636/37.DISPERSOS OU APRISIONADOS OS INDÍGENAS REDUZIDOS DESPARECERAM POR UM BOM TEMPO. OS JESUÍTAS VOLTARAM PARA FUNDAR DEPOIS OS SETE POVOS DAS MISSÕES, NO SÉCULO XVII E A PAZ E PROSPERIDADE DUROU POR QUASE UM SÉCULO. NOVAMENTE NA DISPUTA PELO TERRITORIO PORTUGAL E ESPANHA SE ENGALFINHARAM E ENTÃO SIM...SÓ SOBRARAM RUÍNAS E OS POVOS INDIGENAS DO RIO GRANDE DO SUL NUNCA MAIS FORAM OS MESMOS!
O FILME A MISSÃO É UM RETRATO REAL DE ACONTECEU NOSSEULO XVI/XVII ANTES DA CRIAÇÃO DOS SETE POVOS DAS MISSÕES.
FAMILIA DE BILIBIO, UNS DOS QUE VIERAM HABITAR EM CIRIACO.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
FOTOS REPRESENTATIVAS/videos
SESMARIAS
CARTA DE CONCESSÃO DE SESMARIA |
quadro representando o povoamento por sesmeiros, na verdade se tornavam donatários de grandes latifúndios. |
história Brasileira » Brasil Colônia »
Sesmarias
Por Lucas Araújo Oliveira
Antes de se falar sobre o que significa sesmaria, e como foi utilizada esta divisão no Brasil, convém explicarmos um pouco o contexto em que fora inserido o sistema. Sistema este, que passou a ser implantado a partir da expedição de Martim Afonso de Souza para o Brasil em 1530, o qual intuía: o melhor reconhecimento, exploração das terras brasileiras por parte da Coroa e início de organização administrativa.
A partir da expedição e, por causa dela ,o governo português percebeu que seria necessária uma melhor organização das terras brasileiras nas relações entre os colonos que aqui estavam, mas principalmente para com os representantes da coroa portuguesa. Isso por quê era necessária uma distribuição de terras e funções administrativas para que fosse possível controlar os tributos e as fronteiras da nova terra. Neste contexto surgem as capitanias hereditárias: lotes de terra que que dividiam o Brasil em 15 regiões norte-sul paralelas ao equador do litoral aos limites do Tratado de Tordesilhas.
Ocorre que, mesmo com metade de seu território atual e, mesmo com as divisões propostas pelo sistema de capitanias, o Brasil era ainda uma terra de dimensões continentais na visão da coroa; pouco colonizada e principalmente, pouco produtiva. Então, surge mais um artifício para a exploração da terra: as sesmarias. Iniciadas e incluídas a partir do capitão-donátario de uma capitania, as sesmarias eram lotes de terra menor, que eram doadas a um sesmeiro com o intuito de principalmente tornar a terra produtiva. O sesmeiro tinha então a partir do recebimento do lote, a obrigação de cultivar a terra por um prazo de cinco anos, tornando-a produtiva e pagando os devidos impostos à Coroa. É no contexto das sesmarias que surge a plantation, sistema vastamente utilizado na exploração européia da América consistindo na utilização de mão-de-obra escrava em plantações.
O sistema de distribuição de terras por sesmarias perdurou até 1822, quando a resolução de 76 pôs fim a esta modalidade de apropiação de terras. O sistema sesmaria poucas vezes satisfez as expectativas iniciais de produção. Isto por quê, ou pelas grandes dimensões territoriais ou pela má administração e fiscalização, raramente as terras tornavam-se produtivas. Ainda hoje pode-se dizer que são reflexos da apropiação sesmarial, os latifúndios brasileiros.
Fonte:
Bibliografia: Fausto, Bóris- História do Brasil –2006.
FOTOS DAS ULTIMAS POSTAGENS, TERMOS USADOS
beleza do lugar |
LUGAR TURISTICO |
LOCALIZAÇÃO NO MAPA DO RIO GRANDE DO SUL |
Situada no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, São José dos Ausentes é a região mais alta e fria do Estado. Emancipado em 1992, o município fez da preservação ecológica a tônica da vida comunitária, elegendo como sua vocação o desenvolvimento do turismo rural ecológico.
Nos três dias de roteiro, o passeio de mula inclui muita aventura e as paisagens belíssimas da serra gaúcha, constituída por exuberantes ecossistemas naturais dos Aparados da Serra, que formam coxilhas sinuosas onde exibem belas cachoeiras e rios de águas límpidas e cristalinas.
Logo que a turma chega, é levada para a Pousada Fazenda Monte Negro. A pausa para o jantar é obrigatória, afinal, muita atividade vem pela frente e é preciso guardar fôlego e energia para vencer as dificuldades da serra dos canyons. Assim é o pernoite, uma parada para descansar.
Depois do café da manhã, o pessoal já começa a encilhar as mulas. O início da cavalgada em campo aberto, no lombo das mulas, ocorre a uma altitude média de 1350 metros, seguindo sobre os Aparados da Serra. A mata dos Aparados abriga uma rica fauna e flora nativas, onde pode-se observar Araucárias, pica-paus, veado campeiro, bugios e outros animais.
O passeio contorna o Canyon da Encerra e desce o Canyon da Serra do Pilão, onde termina na Vila Três barras e há uma pausa para o almoço. A comida, típica e farta, não pode deixar de ter o famoso churrasco gaúcho de galpão, com farofa e arroz carreteiro.
A descida de mula pelos canyons é uma boa oportunidade para se conhecer as belezas da serra gaúcha, a mata nativa, a flora típica e bem preservada dos Aparados. Tudo o que se precisa é de disposição para a fazer a aventura - que vale a pena.
ORIGEM DAS INFORMAÇÕES ANTERIORES E FOTOS:INTERNET.
Por ser um lugar inóspito ainda no tempo presente não é de se estranhar que os primeiros sesmeiros não tenham assumido a posse da terra doada.
domingo, 29 de janeiro de 2012
OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE
mapa com todas as ilhas |
Topografia dos Açores (imagem gerada a partir dos dados altimétricos da missão SRTM/NASA).
Os Açores são um arquipélago que, embora situado precisamente sobre a Dorsal Média Atlântica, devido à sua proximidade com o continente europeu e à sua integração política na República Portuguesa e na União Europeia é geralmente englobado na Europa.
O arquipélago situa-se no nordeste do Oceano Atlântico entre os 36º e os 43º de latitude Norte e os 25º e os 31º de longitude Oeste. Os territórios mais próximos são a Península Ibérica, a cerca de 2000 km a leste, a Madeira a 1200 km a sueste, a Nova Escócia a 2300 km a noroeste e a Bermuda a 3500 km a sudoeste. Integra a região biogeográfica da Macaronésia.
OS ACORIANOS E A FUNDACAO DE PORTO ALEGRE.
QUADRO RETRATANDO A CHEGADA DOS CASAIS AÇORIANOS |