GUERRA GUARANÍTICA

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quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A IMIGRAÇÃO DA FAMÍLIA SEGANFREDO DESDE A ITÁLIA

 

FAMÍLIA  SEGANFREDO

RELATO DOS PRIMÓRDIOS NA REGIÃO DA COLÔNIA ALFREDO CHAVES

 Ana Maria Seganfreddo

 

Introduzo esse  relato sobre meus antepassados imigrantes italianos na então Colônia Alfredo Chaves, mais precisamente na região da atual Nova Bassano e    arredores relatando informações que obtive ao longo de anos de pesquisa, mas também por ser filha de um bassanense, Cornélio Seganfredo que ali viveu na linha décima até os 25 anos quando se transferiu para Ciríaco onde se casou e se estabeleceu como agricultor .

Uma vez ao  ano ele e  outros agricultores migrados de Nova Bassano visitavam o lugar de nascimento mais precisamente nas festas das comunidades  São Paulo Apóstolo e São Roque nas festas dos padroeiros onde tinham a oportunidade de encontrar os parentes e conhecidos que lá permaneceram.

 

 

ANTÔNIO SEGANFREDDO, BARBA TONI

 

 

     O  nosso mais ilustre antepassado , Antônio Seganfredo   na primeira estada no Rio Grande do Sul  foi  operário na abertura das estradas  coloniais  e posteriormente no segundo reingresso  missionário scalabriniano.

     Nasceu  Antônio em Mason Vicentino -VI-_Itália no dia 12 de junho de 1851, filho primogênito de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Emigrou para o Brasil na década de 1880 com a idade de 31 anos, portanto já adulto.

   O que sabemos dele provém da história oral contada por alguns parentes e poucos  escritos de pesquisadores padres scalabrinianos e principalmente pelas inúmeras cartas que enviou ao fundador da Congregação Scalabriniana Dom Giovanni Battista Scalabrini e posterior à morte deste  ao sucessor superior da Congregação  e também para alguns coirmãos com os quais conviveu no Rio Grande do Sul enquanto trabalhava na missão da então Colônia Alfredo Chaves.

      Antônio Seganfredo era de  origem humilde e  começou a trabalhar para prover seu sustento desde os 14 anos , como ele mesmo relatou.  Sempre como trabalhador braçal  em Mason Vicentino e arredores sendo que em 1880 estando em Bassano del Grappa regressou à cidade natal e preparou-se para emigrar para o Brasil.

O apelido de Barba Toni , segundo informações, foi dado porque ele era uma vocação madura no seminário e significa “TIO TONI”.   

     Nessa época o governo Provincial do Rio Grande do Sul começou a contratar operários para a abertura das estradas coloniais até então praticamente inexistentes. Era necessário melhorar a trafegabilidade nas Colônias para facilitar o deslocamento de pessoas e transporte da produção agrícola já em expansão. Foi neste tempo que Antônio Seganfredo partiu para o Brasil para esse serviço temporário acompanhado de alguns compatriotas e foram empregados na abertura da principal artéria colonial, a estrada Buarque de Macedo que partia do porto fluvial de São João de Montenegro até Alfredo Chaves , atual Veranópolis  passando por Garibaldi e Bento Gonçalves. Conta-se que ele se empregou como cozinheiro do grupo de trabalhadores, mas também exercia outros serviços braçais.  Ele trabalhou mais especificamente entre os atuais municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis. Á noite costumava reunir os trabalhadores dispostos a rezar e desta forma deram-lhe o apelido de capelão. Desta  sua prática cotidiana veio-lhe a ideia de, após anos de trabalho  voltar para a Itália e ingressar em alguma Congregação religiosa onde pudesse preparar-se para tornar-se padre e posteriormente voltar ao Rio Grande do Sul e exercer o ministério presbiteral  e assim fez .

     Chegando na  Itália dirigiu-se para Mason Vicentino e ficou uns dias na casa dos pais. Conversando com a mãe falou-lhes sobre o seu desejo de estudar para tornar-se padre . Conta a Irmã Mafalda Seganfredo, sobrinha neta dele, que a mãe respondeu”_ como queres te tornar padre se nem te vejo rezar?” Ao que ele respondeu”- Va la...va la... um Pai Nosso e uma Ave Maria já são suficientes!”. A mãe falou isto porque naquela época os padres tinham como característica o ascetismo, o que nunca foi o lado forte dele. Levando adiante o seu ideal foi admitido primeiramente no Instituto Mander de Fonte Alto- TV, que era apropriado para vocações maduras. Posteriormente, fechando este dirigiu-se para Piacenza, Emilia Romagna, onde foi admitido no Instituto para Emigrantes em 26 de setembro de 1892 , este fundado por Dom Giovanni Battista Scalabrini com o propósito de formar missionários para acompanhar os imigrantes onde quer que fossem, pois era muito grande o fluxo migratório.

    Ali permaneceu estudando teologia até o ano de 1895, quando foi ordenado sacerdote  em 31 de março por Giovanni Battista Scalabrini.

Agora já sacerdote foi enviado para o Rio Grande do Sul  em 20 de julho de 1896, a bordo do navio a vapor Edilio Re, partindo de Nápoles passando pelo  Porto de Genova juntamente com 2200 imigrantes. Assumiu  no navio o papel de capelão, onde pode acompanhar as vicissitudes deles e nessa viajem de reingresso  presenciou a morte de seis crianças e uma mulher jovem.

Do porto de Santos onde desembarcou cumpriu algumas visitas formais encomendadas por Dom Giovanni Battista Scalabrini e foi a São Paulo visitar o padre Giuseppe Marchetti, no Instituto Cristóvão Colombo, porém não o encontrou, foi posteriormente para Curitiba onde visitou Santa Felicidade, onde encontrou os coirmãos naquela missão e em seguida rumou para o Rio Grande do Sul. Ali foi se apresentar ao bispo da Provincia porém não o encontrou, rumando então por conta própria para a linha IX Ramiro Barcellos , no atual município de Nova Bassano onde já estava desde 1892 seu irmão Giuseppe Seganfredo com a família. Era setembro de 1896.

  Pretendia começar  seu apostolado ali, onde havia uma pequena Igreja perto do Monte Pareo, porém como os agricultores das linhas IX e X estavam disputando o local onde seria erguida uma Igreja matriz começaram a litigar entre si, então ele resolveu sair dali e ir para outro lugar então chamado Capoeiras ou São João Batista do Herval onde tinha uma pequena igrejinha em madeira nas terras do fazendeiro Silvério Antônio de Araújo dedicada a São João Batista. Começou ali a atender os agricultores exercendo todas as obrigações de um missionário.

No final de outubro do mesmo ano chegou naquela Colônia também o padre Pedro Colbacchini, que já havia trabalhado na missão do Paraná, depois retornara à Itália e agora novamente no Brasil, mas na missão do Rio Grande do Sul.

Este contava com a ajuda do padre Antônio Seganfredo, que deveria ser seu coadjutor, porém ambos eram dotados de uma personalidade forte e não combinavam muito como companheiros de trabalho, ficando então o primeiro radicado em Capoeiras de 1896 quando retornou da Itália como padre até aproximadamente 1910 quando adoeceu gravemente e voltou por um período à Itália para se tratar. Depois que retornou da Itália permaneceu uma temporada em Porto Alegre atendendo os imigrantes que continuavam chegando, porém na manhã do dia 23 de dezembro de 1912 teve um mal súbito e morreu na Santa Casa de Misericórdia .

  Padre Antônio Seganfredo por ter sido operário antes de se tornar padre tinha facilidade em se misturar com a população durante os festejos paroquiais,  participava das rodas de canto, pois amava cantar. Cantava enquanto percorria longas distâncias a cavalo no meio dos matos, onde ia até cem quilômetros de distância a visitar famílias por ali dispersas. Também gargalhava, o que parecia um absurdo para um padre da época.

Mas era bem quisto, ensinava remédios caseiros que aprendera com os caboclos da região e na ausência de médicos era bastante procurado quando algum paroquiano adoecia.

    Quanto aos coirmãos foi muito criticado  por vários motivos: um foi o de não ter obedecido uma das regras da Congregação que era de permanecer sempre  dois padres no local da  missão.

  Outra crítica era a de ser nepotista por ter acolhido os pais e a família do irmão Carlo por aproximadamente dois anos na residência paroquial, pois estes ao chegarem da Itália , sem saber falar português foram parar com uma leva de imigrantes em uma fazenda de café em Minas Gerais. Além disso foi até lá busca-los e os conduziu ao Rio Grande do Sul, pela distância de ida e volta ficou fora da missão por quase quatro meses sem a autorização do superior.

   Em uma das cartas escrita em 1897 e enviada para Dom Giovanni Battista Scalabrini expressou sofrimento. Escreveu: “- Eis a vossos pés o último de vossos missionários. Me sinto cansado e deprimido pelas calúnias que sou obrigado a ouvir do padre Pedro.”

      Mas também enfrentou adversidades  quando em 1906  ocorreu   uma grande seca na região.  Secaram as águas, secou o pasto e favoreceu o aparecimento de grandes nuvens de gafanhotos que devoraram todas as plantações deixando a todos na miséria. Também uma epidemia de tifo matou muita gente obrigando-o a passar muitas horas a cavalo e  a pé indo atender os moribundos.

  Mas teve a audácia de construir juntamente com os colonos uma Igreja em alvenaria, começando em 1898 . A mesma foi inaugurada por Dom Giovanni Battista Scalabrini na sua visita pastoral em 1904. Em seu diário de viagem Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto estava visitando a região :

 “_O Pe. Seganfredo  sente extremamente a falta de um colega. Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às  12 horas partirei para nova Bassano , distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira juntamente com Carlos e o Pe. Marcos  . Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei  solenemente amanhã ou depois. É obra do bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração de todos.”

     No ano de 1915 os restos mortais do Pe.Antonio  foram trasladados  de Porto Alegre onde  estava sepultado e trazidos  para Capoeiras    fato este que    causou uma grande comoção, e  uma multidão foi recebe-los a 10 km de distância para acompanhar o cortejo  e sepultados foram na Capela Maior daquela Igreja que construíra junto com seus paroquianos, tendo uma inscrição em uma lápide de mármore que dizia” -Ao Reverendo Pe. Antônio Seganfredo, missionário carlista, fundador desta Igreja por 14 anos pastor muito amado, Capoeiras reconhecida: 1851-1912.

Porém com a construção da atual Igreja de Nova Prata os restos mortais dele foram retirados daquela Igreja primeira e dizem que  foram  enviados para Nova Bassano, pois a paróquia já não era gerida pelos scalabrinianos. Neste trajeto ninguém mais soube que fim tiveram, não há um lugar de sepultura para que possamos visitar. Mas, seja lá o que tiver acontecido, o que permanece é o exemplo de sacerdote, um homem que parecia ser rude, mas que tinha um coração compassivo, um verdadeiro apóstolo de Jesus.

 

 

GIUSEPPE SEGANFREDO

    

     Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de novembro de 1853. Irmão de Antônio Seganfredo, o missionário ,  emigrou para o Brasil juntamente com a esposa Margherita Marcon e os cinco filhos do casal, partindo de Mason Vicentino em 15 de dezembro de 1891. No mesmo dia partiu também sua irmã Lucia Seganfredo nascida em 12 de junho de 1856, casada com Girolamo Lovison e os três filhos . Foram incentivados a emigrar por Antônio Seganfredo que  já havia retornado para a Itália. Antônio alimentava um sonho que era de reunir toda a família no Rio Grande do Sul.

     Giuseppe Seganfredo embarcou com a família no vapor Solferino e aportou no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892. Logo em 16 de março de 1892 embarcou com a família no navio Iris e em 19 de março já estava no Rio Grande do Sul onde foi encaminhado para a Colônia Alfredo Chaves, na linha IX, Ramiro Barcellos, ocupando o lote 37.  

   Como havia combinado com o irmão Antônio, ali chegando começou a movimentar os colonos para solicitar a vinda de um padre para atender essa parte da Colônia. Foi muito ativo nesta busca, porém , apesar de ter Lucia Seganfredo com a família morando na mesma linha, mais tarde também a família de Carlo se estabeleceu ali, os irmãos Seganfredo realizaram o sonho em parte, porque Antônio escolheu permanecer em Capoeiras, atual Nova Prata e Luigi , o caçula permaneceu na Itália, não conseguiu embarcar em 1897  pois a esposa Giullia Bellinaso estava grávida. De Luigi descendem nossos parentes italianos de Maróstica.

   Giuseppe Seganfredo sempre foi agricultor e morou sempre nesse endereço onde faleceu em 10 de junho de 1919.

  Dos filhos nascidos na Itália o menino Lino, que nascera em 1887 faleceu depois de chegar ao Rio Grande do Sul, porém não sabemos onde foi sepultado, talvez na beira da trilha percorrida até chegar ao destino final, como acontecia seguidamente.

No Brasil nasceram mais dois meninos, a um deles deram o nome de Lino Marcon Seganfredo ,(ano de 1894)  para homenagear o irmão . Este posteriormente casou-se com Virgínia Barbisan. Riccardo Marcon Seganfredo também nasceu no Brasil em 1896 se casou com Francisca Anzolin. Pellegrino,(ano 1880) meu avô, casou-se com Catterina Seganfredo, e eram primos. Maria (ano 1884) casou-se com Francisco Balzan, Antônio (1885) casou-se com Giovanna Caldieraro e Catterina( ano 1891) casou-se com João Caron.

Margherita Marcon faleceu em 5 de agosto de 1916. Tanto Giuseppe quanto Margherita permaneceram sempre em Nova Bassano e ali também foram sepultados.

 

LUCIA SEGANFREDO

 

      Lucia Seganfredo nasceu em 12 de junho de 1856 em Mason Vicentino-V - Itália.   Girolamo Lovison nascido em 22 de junho 1851  casou-se com ela no dia 24 de janeiro de 1877.

  Partiram de Mason Vicentino no mesmo dia de Giuseppe Seganfredo, 15 de dezembro de 1891, como consta no Foglio de Famiglia. Vieram  trazendo três filhos Luigi, Catterina e Andrea. No Brasil nasceram mais dois filhos: Giovanni Battista  e Antônio.

 Estabeleceram-se na linha IX, Ramiro Barcellos , lote  35 , mas possuíam outro lote na linha 31,  no ano de 1892, portanto quatro anos antes do padre Pedro Colbacchini ali chegar.

   Lucia faleceu em 28 de dezembro de 1941, no lote 31 da linha Ramiro Barcellos, por isso deduzimos que ali foi construída a casa. Girolamo faleceu em .8 de junho .de 1922 .em Nova Bassano onde foi sepultado .

Luigi (ano de 1886) casou-se com Ângela Carollo, Cattterina (ano 1887) casou-se com Camilo Sasso, Andrea( 1879) casou-se com Fortunata Anzolin, Giovanni Battista  (ano de 1893) casou-se com Emilia Dalla Costa, Antônio( 1900) casou-se com Aurélia Lazzarotto  e posteriormente com Ursula Zortea.

   Deduzimos que Giuseppe Seganfredo e Girolamo Lovison com suas famílias partiram de Mason no ano de 1891 chegando no Rio Grande do Sul  no inicio de 1892, sendo ambos considerados pioneiros  entre as primeiras famílias que se estabeleceram na região de onde surgiu posteriormente Nova Bassano.

    Desta família originou-se uma grande descendência, uns permaneceram em Nova Bassano, outros migraram para outras regiões e exercem variadas profissões.

 

 

 

 

 

CARLO SEGANFREDO

  Carlo Seganfredo nasceu em oito de outubro  de 1858 em Mason Vicentino, VI_ Itália e casou-se com Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Faleceu em Nova Bassano em 17 de maio de 1945.Maria Giovanna Nicoli nasceu em.14 de agosto de 1861 e faleceu em 11 de janeiro de 1933. Ambos foram sepultados em Nova Bassano.

   Carlo Seganfreddo partiu de Mason Vicentino em 30 de março de 1897  com os sete filhos. Trouxeram consigo também o velho pai Pellegrino. e Maria Volpato . Também os acompanhava até o porto de Genova o irmão Luigi com os filhos e a esposa Giullia Bellinaso. Como esta estava em adiantado estado de gravidez não foi admitida no navio, então essa família retornou para Mason e ali permaneceram, ficando assim a família dividida.

Quando chegaram no porto do Rio de Janeiro sem saber falar o português seguiram juntamente com uma leva de imigrantes para uma fazenda de café em Minas Gerais onde permaneceram por alguns meses até conseguirem se comunicar  com o padre Antônio Seganfredo que já estava em Capoeiras e este, aconselhado por alguns coirmãos partiu no dia dois de julho e retornou com eles em .oito de setembro.  Chegando no Rio Grande do Sul deixou os pais e a cunhada com duas crianças menores em São João de Montenegro e caminhou dali acompanhado do irmão e 5 sobrinhos por três dias embaixo de uma chuva torrencial até chegar em Capoeiras. Em uma das cartas onde narra o fato a Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu –“ cheguei doente, mas  vivo.”

Carlo , talvez por ter sido enviado a outra região chegando na Colônia Alfredo Chaves ficou sem propriedade rural, o que o obrigou a permanecer por dois anos em Capoeiras com o  irmão Padre Antônio.

Em 1900 já se instalou perto do irmão Giuseppe, na linha IX. Ali permaneceu por algum tempo e abriu uma bodega de Secos & Molhados, produtos que eram de necessidade básica dos colonos. Infelizmente um certo dia, passando um cortejo festivo de casamento estourando morteiros uma faísca caiu em cima da casa de madeira que incendiou e a perda foi total. Construíram ali uma outra pequena casa, mas com o passar do tempo deixaram ali um dos filhos e mudaram-se para o núcleo de Nova Bassano, que já ia crescendo, abrindo em uma grande casa de madeira na qual moravam  uma espécie de hospedaria . Carlo era  sacristão, não era muito afeito aos trabalhos pesados na agricultura rudimentar, era muito franzino, por isso optou por outro trabalho que não o rural.

 A família era numerosa: Catterina(1882) minha avó, casou-se com Pellegrino Seganfredo, o primo, Amália(1885) casou-se com Augusto Segalin, Maria (1886) casou-se com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888) casou-se com Maria Thereza Soccol, Assunta(1890) casou-se com Angelo Zandoná, Lino (1893) casou-se com Thereza Parisotto, Livia ( 1896) casou-se com Francisco Tecchio, Estes nascidos na Itália.

Esses abaixo nasceram em Nova Bassano.

Gilberto (1899) casou-se com Maria Tecchio, Florinda ( 1900)  casou-se com Francisco Tonini, Silvio ( 1902)casou-se com Palmira Vanzin, Luís (1904) casou-se com Elisa Tedesco, Augusto ( 1907) casou-se com Maria Segalin.

   Sobre a participação da família de Carlo em Nova Bassano podemos destacar Cirillo, que quando jovem morou com o padre Pedro Colbacchini e era aluno do padre Antônio Serraglia. A ideia era estudar e tornar-se padre. Voltou para a Itália para prestar o serviço militar em Maróstica, já em 1910 retornou para o Brasil e em 1912 estava trabalhando em São Paulo, em um lugar chamado Rio Claro , onde havia uma filial do Instituto Cristóvão Colombo pertencente aos  padres scalabrinianos. Depois da morte do padre Antônio Seganfredo, cremos que pouco depois voltou para Nova Bassano onde organizou juntamente com outros jovens a Banda Bassanense, Ele era o maestro.

  Também podemos destacar a participação de Silvio Seganfredo na Cooperativa que prestava serviços aos agricultores comercializando um pouco de tudo que era necessário aos mesmos. De fumo de rolo , arame farpado, instrumentos de trabalho para a agricultura, víveres ,  enfim um comércio de Secos & molhados, muito comum naqueles tempos.

   Com o passar dos anos  muitos  migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, mas também para Santa Catarina e Paraná, porém ainda  permanecem muitos descendentes destas três famílias de  pioneiros no  povoamento de Nova Bassano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 


 

HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA DE IMIGRANTES ITALIANOS-UM PADRE MISSIONÁRIO

 

Padre Antônio Seganfredo – Barba Toni

Segundo missionário Scalabriniano no Rio Grande do Sul

  Nasceu em Mason Vicentino-VI-Itália em 12 de junho de 1851, filho de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Emigrou para o Brasil no inicio da década de 1880 para trabalhar como operário na abertura de estradas coloniais. Empregou-se como cozinheiro e reunia os compatriotas para rezar  á noite o que lhe rendeu o apelido de capelão. Sentiu então um chamado vocacional e resolveu depois de anos de trabalho entre Bento Gonçalves e Veranópolis voltar para a Itália e estudar para tornar-se padre.  Foi aceito no Instituto Mander de Fonte Alto -TV, voltado à vocações maduras e posteriormente no Instituto para Emigrantes em PIACENZA, fundado por Dom Giovanni Battista Scalabrini. Foi ordenado padre em 31 de março de 1895 com 44 anos de idade.  No seminário tinha o nikename de Barba Toni,  porque já era um homem de meia idade, o que quer dizer em uma linguagem local “TIO TONI.  Em  1896   foi enviado para a  Colônia Alfredo Chaves chegando em setembro. Instalou-se na casa do irmão Giuseppe Seganfredo que havia emigrado em 31 de dezembro de 1891 e desde março de 1892 estava ocupando o lote 37 na linha IX no território da atual Nova Bassano. Ali tinha uma pequena igrejinha em madeira perto do monte Pareo, começou a trabalhar mas como os colonos das linhas IX e X disputavam o local da construção de uma Igreja maior começaram a litigar entre si, retirou-se para a  Capoeiras, onde havia uma pequena igreja em madeira nas terras do fazendeiro Antônio Silvério de Araújo. Ali Começou a desenvolver a missão entre os colonos. No final de outubro no mesmo ano chegou também o padre Pedro Colbacchini. O padre Pedro era o chefe da missão, mas como os dois padres eram muito diferentes no modo de atuar o padre Antônio Seganfredo permaneceu em Capoeiras e o padre Pedro Colbacchini foi para a região da  atual Nova Bassano onde se instalou temporariamente na casa de um colono na linha X.  O padre Antônio Seganfredo permaneceu nessa missão entre Capoeiras, atual Nova Prata, Protásio Alves e arredores de 1896-1912 quando teve um mal súbito e faleceu na Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre onde  foi sepultado. No ano 1915 exumaram o corpo e os restos mortais foram transladados para Capoeiras onde uma grande multidão esperava o cortejo. Foi sepultado na capela maior da Igreja de São João Batista onde em uma lápide de mármore estava escrito “- Ao padre Antônio Seganfredo missionário carlista fundador desta igreja por 14 anos pastor muito amado.Capoeiras reconhecida.1851-1912.

Durante os anos em que ali exerceu seu papel de missionário incentivou os agricultores a solicitar ao governo provincial escolas para as capelas, visitava as famílias de imigrantes até 100 km de distância a pé e a cavalo, esteve junto com os imigrantes quando em 1906 houve uma grande seca na região, as águas secaram, o calor propiciou o surgimento de nuvens de gafanhotos que devoraram  as plantações, houve um surto de tifo e morreram muitas pessoas, o que o obrigou a atender de norte a sul incessantemente os doentes.

De temperamento extrovertido, gargalhava contando histórias, cantava nas rodas nos dias das festas religiosas , ensinava remédios caseiros que aprendera com os nativos aos  colonos, por isso era muito procurado e amado.  Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto estava visitando a região  em 1904:

 “_O Pe. Seganfredo  sente extremamente a falta de um colega. Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às  12 horas partirei para nova Bassano , distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira juntamente com Carlos e o Pe. Marcos  . Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei  solenemente amanhã ou depois. É obra do bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração de todos.”

Depois da morte dele em 1912 a paróquia permaneceu na direção dos scalabrinianos até 1918. Dali em diante foi gerida pelos padres seculares. Com a construção da igreja atual em Nova Prata a primeira foi desativada, os restos mortais dali retirados e, dizem, enviados para Nova Bassano para que dessem a devida destinação. Algo aconteceu neste intervalo de tempo e não sabemos mais onde foram parar, não temos um lugar de sepultura para visitar. Pela mudança de gestão daquela paróquia e por não ter um lugar de sepultura a história dele foi esquecida até o tempo presente .  Mas como o tempo se encarrega de  resolver certos esquecimentos,  pôde ele mesmo contar sua história através do resgate das cartas manuscritas desde o arquivo geral da Congregação dos Padres Scalabrinianos em Roma.

 

 

Giuseppe Seganfredo- pioneiro no povoamento de Nova Bassano (então Colônia Alfredo Chaves)

Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de novembro de 1853 em Mason Vicentino-VI-Itália- filho de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Casou-se com Margherita Marcon em 25 de novembro de 1875. Em 15 de dezembro de 1891 partiram de Mason emigrando para o Brasil juntamente com os 5 filhos. Na mesma data partiu Lucia Seganfredo com o marido Girolamo Lovison e os 3 filhos. Embarcados no navio a vapor Solferino chegaram no porto do Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892.Em meados de março de 1892 chegaram em Porto Alegre embarcados no paquete Iris e já foram encaminhados para se estabelecer no lote 37 da Linha IX ,Ramiro Barcellos, perto do monte Pareo. Dos 5 filhos nascidos na Itália Lino faleceu em solo riograndense logo ao chegar e como não encontramos certidão de óbito pode ter sido sepultado na beira da trilha que conduzia os primeiros povoadores até seu destino final, como costumavam fazer. Na beira destas trilhas havia muitas cruzes- contavam os nossos anciãos.Em 1894 nasceu outro menino ao qual deram o nome de Lino Marcon Seganfredo, e mais outro menino em 1896 Riccardo. Pellegrino (1880) casou com Catterina Seganfredo, Maria(1884) casou com Francisco Balzan, Antônio(1885) casou com Giovanna Caldieraro, Catterina (1891) casou com João Caron, Lino(1894 )casou com Virgínia Barbisan) Riccardo (1896)casou com Francisca Anzolin.

Giuseppe foi um dos agricultores que começou a movimentar os compatriotas da linha IX para solicitar um padre para atender os imigrantes nessa parte da região de Alfredo Chaves.

Sempre foi agricultor e ali faleceu em 10 de junho de 1919 .  Margherita Marcon faleceu em  5 de agosto de 1916. Ambos foram sepultados em Nova Bassano.

Desta família podemos destacar Pellegrino Seganfredo, o primogênito, que foi professor por diversos anos em uma escola para os filhos dos imigrantes ensinando ler e escrever em português.

 

Carlo Seganfredo- nasceu em 8 de outubro de 1858 , irmão de Antônio, o missionário, de Lúcia e de Giuseppe. Casou-se com  Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Emigrou para o Brasil em 4 de abril de 1897 com os 7 filhos e os pais Pellegrino de 81 anos e Maria Volpato de 69 anos. Aportaram no Brasil no inicio de maio. Depois de 3 meses trabalhando em uma lavoura de café em Minas Gerais vieram para o Rio Grande do Sul, na mesma Colônia Alfredo Chaves. Ficaram por ali esperando ser designado um lote de terras e enfim em 1898 foram se estabelecer na mesma linha IX vizinhando com Giuseppe e Lucia. Abriram uma bodega de Secos & Molhados, comum na época, com  produtos que eram de necessidade dos colonos. Infelizmente em um dia que passava um cortejo de casamento dispararam um morteiro que caiu em cima do telhado de madeira e queimou a casa e a bodega. Construiram outra casinha de madeira ali, mas como estavam sem nada foram morar em Nova Bassano, que começava a prosperar , em uma grande casa de madeira onde abriram uma pequena pensão com refeitório. Tiveram 12 filhos que se casaram em Nova Bassano, 7 italianos e 5 brasileiros.

Catterina(1882) casou com Pellegrino Seganfredo, Amália(1885) casou com Agostino Segalin, Maria( 1886) Casou com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888) Casou com Maria Soccol, Assunta(1890) casou com Angelo Zandoná, Lino(1893)casou com Thereza Parisotto. Livia(1896)Casou com Francisco Tecchio, Gilberto(1899)Casou com Maria Tecchio, Florinda(1900) casou com Francisco Tonin, Sylvio(1902) casou com Palmira Vanzin, Luis Ernesto(1904)casou com Elisa Tedesco, Augusto(1907) casou com Maria Segalin.

Destes filhos dois se destacaram em Nova Bassano, sendo Cirillo professor e maestro da Banda Bassanense , ativa no ano de 1915. Sylvio fundou uma cooperativa denominada Cooperativa Mista Bassanense, cita à rua Duque de Caxias , 29. Ali vendiam tudo o que os agricultores precisavam, desde ferramentas agrícolas, arames, pregos, fumo de rolo, inseticidas, sementes e também ferraduras e arreios para os cavalos. Fundada ali pelo ano de 1959, funcionou por muito tempo sob o comando de Sylvio e do filho deste Eloi Benito, posteriormente acabou encerrando as atividades.

Destas famílias também se originaram profissionais liberais, atuando em várias atividades, muitas famílias migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no tempo presente estão praticamente em todos os Estados do Brasil

 

Fontes de pesquisa:

Seganfredo Ana , Seganfreddo Alessandro-Uma Família, Uma História- 2018-AllPrintEditora-Erechim

Baréa Dom José- A vida Espiritual nas Colônias Italianas -RS-EdiçõesEST

 

sábado, 18 de março de 2023

UM ESTUDO

 FIZ UM ESTUDO QUE RESULTOU NISSO...GOSTEI

ANA MARIA SEGANFREDDO

segunda-feira, 17 de setembro de 2018


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sexta-feira, 1 de abril de 2011


domingo, 11 de maio de 2014

A REVOLUÇÃO FARROUPILHA

A  Revolução Farroupilha ou Guerra dos Farrapos iniciou no ano de .... e terminou no nao de.....

domingo, 26 de janeiro de 2014

segunda-feira, 4 de março de 2013

RIO DA PRATA
FOTO  DE THAIS B.SEGANFREDO EM SUA VIAGEM Á BUENOS AIRES

SONHO MEU:NAVEGAR POR ESTE RIO.....

rio da Prata

RIO DA PRATA


FOTO DE THAIS BUENO SEGANFREDO EM VIAGEM À BUENOS AIRES


SONHO MEU:NAVEGAR POR ESTE RIO....

RIO DA PRATA

RIO DA PRATA
FOTO DE THAIS BUENO SEGANFREDO, EM VIAGEM  À    BUENOS AYRES


SONHO.MEU: NAVEGAR POR ESTE RIO.........

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

sábado, 23 de junho de 2012

Raposo Tavares

Os bandeirantes são orgulho para alguns Estados brasileiros, para outros foram "pintados" como heróis, no entanto, fica a pergunta: heróis ou bandidos?

terça-feira, 1 de maio de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

CONTINUANDO

ITALIANOS AGUARDANDO PARA EMBARCAR NOS NAVIOS
Deixaremos para discorrer sobre as guerras entre os gaúchos e o Império brasileiro, guerras internas, guerras cisplatinas e passaremos em seguida para um tema que muitos já esqueceram, a IMIGRAÇÃO DE EUROPEUS PARA O BRASIL E OUTROS PAÍSES DA AMÉRICA.

terça-feira, 27 de março de 2012

A MAIOR PRAIA DO MUNDO

FAZ PARTE DA HISTÓRIA DO RIO GRANDE DO SUL, QUEM SE INTERESSAR INDICO ESTE SERIADO DA RBS TV A MAIOR PRAIA DO MUNDO, TRATA DOS CAMPOS NEUTRAIS, ISTO É, LOCAL QUE NÃO PERENCIA NEM AOS PORTUGUESES NEM AOS ESPANHOIS.

http://youtu.be/u_WS5IYFPNE-ACESSE AQUI

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

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COMENTARIOS ADCIONADOS E RECEBIDOS

1 – 6 de 6 Na America do Sul o trabalho dos jesuítas começou em 1580 e foram até 1640 instalando as Missões na Bacia platina. em 1680 quando da Fundação da colonia do Sacramento, que pouco durou por causa das disputas estre Portugal e Espanha pelo domínio do Território.Foram destruídos. voltaram em 1682 e foram até 1801, quando fundaram os SETE POVOS DAS MISSÕES. No auge da sua missão , com muita riqueza e fartura para todos os indígenas desta região, houve outro conflito que colocou definitivamente por terra todo o trabalho. a grande maioria da população indpigena reduzida foi dizimada e as construções se transformaram em ruínas, que existem até hoje em muitos lugares, do paraguai ao Rio grande do sul.






Tudo começou quando o soldado espanhol Ignacio de Loyola foi ferido em uma batalha no ano de 1521. Durante a recuperação converteu-se ao catolicismo.Ele era filho de fidalgos, mas despojou-se de todos os bens materiais.ganhou seguidores , estudou teologia e em 1537 ordenou-se sacerdote em Veneza.fundou então a companhia de jesus , que foi reconhecida em 1540.andavam pelo Mundo, na India, no japão e por fim na américa.Educadores e engajados na política deixaram sua marca por onde passaram.




sono contento di poter conoscere una realtà così diversa dalla mia di europeo -PIERLUIGI CIBIN



A CHEGADA DOS JESUÍTAS NA AMÉRICA DO SUL DEU-SE BEM ANTES DO QUE GERALMENTE É COMENTADO. VEJAM QUE NO SÉCULO XVI OS DISCIPULOS DE LOYOLA, O SOLDADO DE DEUS , JÁ SE ENCONTRAVAM ENTRE OS POVOS INDIGENAS. DESTES PRIMEIROS DOIS SÉCULOS DE TRABALHO POUCO RESTOU, POIS O QUE TINHA SIDO CONSTRUIDO NO PARAGUAI, ARGENTINA, PARTE DA BOLIVIA FOI DESTRUÍDO NA DISPUTA PELO TERRITÓRIO ENTRE OS PORTUGUESES E OS ESPANHÓIS. NA REGIÃO DE PASSO FUNDO/CIRÍACO NADA FICOU POIS NÃO HOUVE TEMPO DE CONTRUIR NADA. A REDUÇÃO DE SANTA TERESA DUROU DE 1632 A 1636/37.DISPERSOS OU APRISIONADOS OS INDÍGENAS REDUZIDOS DESPARECERAM POR UM BOM TEMPO. OS JESUÍTAS VOLTARAM PARA FUNDAR DEPOIS OS SETE POVOS DAS MISSÕES, NO SÉCULO XVII E A PAZ E PROSPERIDADE DUROU POR QUASE UM SÉCULO. NOVAMENTE NA DISPUTA PELO TERRITORIO PORTUGAL E ESPANHA SE ENGALFINHARAM E ENTÃO SIM...SÓ SOBRARAM RUÍNAS E OS POVOS INDIGENAS DO RIO GRANDE DO SUL NUNCA MAIS FORAM OS MESMOS!




O FILME A MISSÃO É UM RETRATO REAL DE ACONTECEU NOSSEULO XVI/XVII ANTES DA CRIAÇÃO DOS SETE POVOS DAS MISSÕES.





FAMILIA DE BILIBIO, UNS DOS QUE VIERAM HABITAR EM CIRIACO.

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

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FOTOS REPRESENTATIVAS/videos

TERMOS USADOS:

-elevado à freguesia: significava que um determinado lugar povoado teria uma administração própria, podendo comparar como fosse uma Paróquia da Igreja Catolica.;

Estâncias Gaúchas

SESMARIAS

CARTA DE CONCESSÃO DE SESMARIA
quadro representando o povoamento por sesmeiros, na verdade se tornavam donatários de  grandes latifúndios.


história Brasileira » Brasil Colônia »

Sesmarias


Por Lucas Araújo Oliveira


Antes de se falar sobre o que significa sesmaria, e como foi utilizada esta divisão no Brasil, convém explicarmos um pouco o contexto em que fora inserido o sistema. Sistema este, que passou a ser implantado a partir da expedição de Martim Afonso de Souza para o Brasil em 1530, o qual intuía: o melhor reconhecimento, exploração das terras brasileiras por parte da Coroa e início de organização administrativa.

A partir da expedição e, por causa dela ,o governo português percebeu que seria necessária uma melhor organização das terras brasileiras nas relações entre os colonos que aqui estavam, mas principalmente para com os representantes da coroa portuguesa. Isso por quê era necessária uma distribuição de terras e funções administrativas para que fosse possível controlar os tributos e as fronteiras da nova terra. Neste contexto surgem as capitanias hereditárias: lotes de terra que que dividiam o Brasil em 15 regiões norte-sul paralelas ao equador do litoral aos limites  do Tratado de Tordesilhas.

Ocorre que, mesmo com metade de seu território atual e, mesmo com as divisões propostas pelo sistema de capitanias, o Brasil era ainda uma terra de dimensões continentais na visão da coroa; pouco colonizada e principalmente, pouco produtiva. Então, surge mais um artifício para a exploração da terra: as sesmarias. Iniciadas  e incluídas a partir do capitão-donátario de uma capitania, as sesmarias eram lotes de terra menor, que eram doadas a um sesmeiro com o intuito de principalmente tornar a terra produtiva.  O sesmeiro tinha então a  partir do recebimento do lote, a obrigação de cultivar a terra por um prazo de cinco anos, tornando-a produtiva e pagando os devidos impostos à Coroa. É no contexto das sesmarias que surge a plantation, sistema vastamente utilizado na exploração européia da América consistindo na utilização de mão-de-obra escrava em plantações.

O sistema de distribuição de terras por sesmarias perdurou até 1822, quando a resolução de 76 pôs fim a esta modalidade de apropiação de terras. O sistema sesmaria poucas vezes satisfez as expectativas iniciais de produção. Isto por quê, ou pelas grandes dimensões territoriais ou pela má administração e fiscalização, raramente as terras tornavam-se produtivas. Ainda hoje pode-se dizer que são reflexos da apropiação sesmarial, os latifúndios brasileiros.

Fonte:
 Bibliografia: Fausto, Bóris- História do Brasil –2006.

FOTOS DAS ULTIMAS POSTAGENS, TERMOS USADOS

 
beleza do lugar
SÃO JOSÉ DOS AUSENTES.
LUGAR TURISTICO
LOCALIZAÇÃO NO MAPA DO RIO GRANDE DO SUL

Situada no extremo nordeste do Rio Grande do Sul, São José dos Ausentes é a região mais alta e fria do Estado. Emancipado em 1992, o município fez da preservação ecológica a tônica da vida comunitária, elegendo como sua vocação o desenvolvimento do turismo rural ecológico.

Nos três dias de roteiro, o passeio de mula inclui muita aventura e as paisagens belíssimas da serra gaúcha, constituída por exuberantes ecossistemas naturais dos Aparados da Serra, que formam coxilhas sinuosas onde exibem belas cachoeiras e rios de águas límpidas e cristalinas.

Logo que a turma chega, é levada para a Pousada Fazenda Monte Negro. A pausa para o jantar é obrigatória, afinal, muita atividade vem pela frente e é preciso guardar fôlego e energia para vencer as dificuldades da serra dos canyons. Assim é o pernoite, uma parada para descansar.

Depois do café da manhã, o pessoal já começa a encilhar as mulas. O início da cavalgada em campo aberto, no lombo das mulas, ocorre a uma altitude média de 1350 metros, seguindo sobre os Aparados da Serra. A mata dos Aparados abriga uma rica fauna e flora nativas, onde pode-se observar Araucárias, pica-paus, veado campeiro, bugios e outros animais.

O passeio contorna o Canyon da Encerra e desce o Canyon da Serra do Pilão, onde termina na Vila Três barras e há uma pausa para o almoço. A comida, típica e farta, não pode deixar de ter o famoso churrasco gaúcho de galpão, com farofa e arroz carreteiro.

A descida de mula pelos canyons é uma boa oportunidade para se conhecer as belezas da serra gaúcha, a mata nativa, a flora típica e bem preservada dos Aparados. Tudo o que se precisa é de disposição para a fazer a aventura - que vale a pena.

ORIGEM DAS INFORMAÇÕES ANTERIORES E FOTOS:INTERNET.

Por ser um lugar inóspito ainda no tempo presente não é de se estranhar que os primeiros sesmeiros não tenham assumido a posse da terra doada.

domingo, 29 de janeiro de 2012

OS AÇORIANOS E A FUNDAÇÃO DE PORTO ALEGRE

AÇORES;FONTE :ENCICLOPÉDIA LIVRE

mapa com todas as ilhas
Localização geográfica

Topografia dos Açores (imagem gerada a partir dos dados altimétricos da missão SRTM/NASA).
Os Açores são um arquipélago que, embora situado precisamente sobre a Dorsal Média Atlântica, devido à sua proximidade com o continente europeu e à sua integração política na República Portuguesa e na União Europeia é geralmente englobado na Europa.

O arquipélago situa-se no nordeste do Oceano Atlântico entre os 36º e os 43º de latitude Norte e os 25º e os 31º de longitude Oeste. Os territórios mais próximos são a Península Ibérica, a cerca de 2000 km a leste, a Madeira a 1200 km a sueste, a Nova Escócia a 2300 km a noroeste e a Bermuda a 3500 km a sudoeste. Integra a região biogeográfica da Macaronésia.

OS ACORIANOS E A FUNDACAO DE PORTO ALEGRE.
O ARQUIPÉLAGO DOS ACORES  SOB O COMANDO DOS PORTUGUESES DESDE  1439 FOI COLONZADO POR PORTUGUESES, HOLANDESES, ESPANHÓIS, FRANCESES,ÁRABES E JUDEUS.JÁ EM 1620 AS ILHAS SUPERPOVOADAS, A POPULACAO VIVIA EM PENURIA E O BRASIL AINDA MUITO PARA POVOAR....PODIA-SE DIZER ERA UM DESERTO.HUMANO.
O BRIGADEIRO SILVA PAIS  SOLICITOU QUE O GOVERNO DE LISBOA ENVIASSE PARA A COLONIZACAO DO SUL DO BRASIL CASAIS DE ACORIANOS . NO ANO DE 1748 JÁ APORTAVAM EM SANTA CATARINA , EM 1749 EM RIO GRANDE, EM 1752 NO PORTO DE VIAMAO , QUE DEPOIS FOI DENOMINAPO POR ISSO DE PORTO DOS CASAIS.TAMBEM EM RIO PARDO, SANTO AMARO, TAQUARI,TRIUNFO,CONCEICAO DO ARROIO, ESTREITO, MOSTARDAS....DIVERSOS LUGARES DO RIO GRANDE DO SUL.
O NUMERO ERA EM TORNO DE 4.000 CASAIS, COMO REGISTRAM DOCUMENTOS OFICIAIS.
JÁ EM 1780 O NUMERO DE ACORIANOS NO RIO GRANDE DO SUL JÁ APONTAVA 10,503 INDIVIDUOS.E UM NUMERO SIGNIFICATIVO DE 55% DA POPULACAO RIOGRANDENSE.
OS ACORIANOS NÃO ERAM DADOS Ä SESMARIAS, MAS A PEQUENAS PROPRIEDADES, CADA CASAL RECEBIA UM QUARTO DE LEGUA(  ) EM QUADRADO , DUAS VACAS, PRACAS E CONSTRUCAO DE UMA IGREJA E UM SACERDOTE DAS PROPRIAS ILHAS  PARA ASSSITI-LOS.
CULTIVAVAM TRIGO, MAS COMO AS AUTORIDADES GOVERNAMENTAIS COMPRAVAM E NÃO PAGAVAM PARARAM DE PRODUZIR...DESCONFIO QUE FOI AÍ O INICIO DA ROBALHEIRA DOS GRANDES EM RELACAO AOS PEQUENOS NO BRASIL....
DEIXARAM ENTAO OS ACORIANOS DE PLANTAR E SE TRANSFORMARAM EM CRIADORES DE GADO, LATIFUNDIÁRIOS.
FORAM CONCEDIDAS  ENTRE OS ANOS DE 1780 E 1800 MAIS DE CEM ESTANCIAS.
EM 1814 UM GRANDE NUMERO DE ACORIANOS TAMBEM RECEBERAM SESMARIAS NA REGIAO MISSIONEIRA.
A ELITE DO POVO PORTUGUES ERA ACORIANA, PERTENCENTE Á NOBREZA PORTUGUESA.
NÃO ERAM DADOS Ä BELIGERANCIA.
MULHERES BONITAS, ESBELTAS, MUITO BRANCAS E DE OLHOS AZUIS, MOSTRAVAM A DESCENDENCIA FLAMENGA DOS POVOADORES DOS ACORES.
ERAM RELIGIOSOS E DEVOTOS DO ESPIRITO SANTO.A TRADICAO.FAMILIAR ERA DE MUITA RELIGIOSIDADE NAS FAMILIAS.
MAIS TARDE, EMBORA NÃO GOSTASSEM DA VIDA MILITAR OBRIGARAM-SE A PEGAR EM ARMAS  PARA DEFENDER SUAS PROPRIEDADES.
COM O TEMPO MISSIGENARAM-SE COM OUTRAS ETNIAS: PAULISTAS, LUSOS, ESPANHÓIS, INDIOS....CONTRIBUIRAM COM A COSNTRUCAO DO CARATER DO GAÚCHO ATUAL.
FUNDACAO DE PORTO ALEGRE.
JERONIMO D E ORNELAS MENEZES E VASCONCELOS, INTEGRANTE DA TROPA MILITAR DE JOAO DE MAGALHAES , NATURAL DA ILHA DA MADEIRA , FIXOU RESIDENCIA NO MORRO DE SANTANA NO ANO DE 1752. EM 5 DE NOVEMBRO DE 1740 OBTEVE A POSSE DEFINITIVA DAS TERRAS ONDE HAVIA SE ESTABELECIDO.
O SITIO DO DORNELES, ÉRA O NOME CONHECIDO DESTA PROPRIEDADE.
QUANDO AS MISSOES FORAM TOMADAS ESTE SITIO FICOU NO CAMINHO ENTRE AS MISSOES E RIO GRANDE.FICOU COMO UM LUGAR DE POUSO E ESPERA PARA A GENTE ACORIANA QUE SE DESTIVANA A POVOAR A REGIAO MISSIONEIRA.
ESTE SÍTIO DO DORNELES MAIS TARDE APARECE COMO PORTO DOS CASAIS.
NA VERDADE OS ACORIANOS NÃO ERAM DESTINADOS A FUNDAR PORTO ALEGRE, MAS  ALGUNS FICARAM POR ALI, PELO SITIO DO DORNELES AO DERREDOR :SANTO AMARO, RIO PARDO, TRIUNFO, TAQUARI.
DEPOIS DA CHEGADA DE  JOSE MARCELINO DE FIGUEIREDO EM 1769, OS POUCOS CASAIS DE ACORIANOS QUE MORAVAM NO PORTO DOS CASAIS PRINCIPIOU A MELHORAR  , POIS INICIOU-SE A FORMACAO DE UM POVOADO, QUANDO COSNTRUIRAM A ERMIDA DE SÃO FRANCISCO DE CHAGAS. JERONIMO MUDOU-SE DA FAZENDA DORNELES PARA  TRES IRMAOS, ASMARGENS DO RIO CAÍ, ONDE FUNDOU UMA ESTANCIA CHAMADA DE SANTA ANA DO RIO DOS SINOS.
COM A INTENCAO DE FUNDAR  UM POVOADO DESAPROPRIARAM A FAZENDA D E INACIO FRANCISCO,QUE FORA DE JERONIMO,.ISTO FOI FEITO  A PEDIDO DO BISPO DO RIO DE JANEIRO  D. FREI ANTONIO DO DESTERRO  AO GOVERNADOR JOSE MARCELINO DE FIGUEIREDO . ENTAO ESTE BISPO CRIOU NO ANO DE 1772 A FREGUESIA DE SÃO FRANCISCO , NO ANO DE 1772, EM 1773 MUDARAM O NOME PARA NOSSA SENHORA MADRE DE DEUS DE PORTO ALEGRE.
DIZ-SE Que  ESTE NOME PODE TER SIDO DADO EM HOMENAGEM Á PRINCESA D.MARIA, FILHA DE D.JOSE I , E Á FAMOSA  ,RAINHA   D. MARIA  I, MAE DE D.JOAO VI.
ASSIM PROGREDIU A POVOACAO COM DESCENDENTES DE ACORIANOS, MAIS 60 PAULISTAS TRAZIDOS PELO GENERAL GOMES FREIRE DE ANDRADE .NO ANO DE 1773 O GOVERNADOR MARCELINO TRANSFERIU DE VIAMAO PARA O NOVO POVOADO A CAPITAL DA PROVINCIA E A PARTIR DAÍ A CAPITAL DO RIO GRANDE DO SUL  PASSOU A SER PORTO ALEGRE ATÉ O TEMPO PRESENTE.
EM 1780 PORTO ALGRE JÁ CONTAVA COM 1.200 HABITANTES E FOI ELEVADA A CATEGORIA DE VILA.
QUADRO RETRATANDO A CHEGADA DOS CASAIS AÇORIANOS
E ASSIM NASCEU NOSSA LINDA CAPITAL PORTO ALEGRE.
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PORTO ALEGRE NO TEMPO PRESENTE

AS PRIMEIRAS SESMARIAS

AS PRIMEIRAS SESMARIAS

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Fundada a   FORTALEZA  JESUS-MARIA-JOSÉ   pelo Brigadeiro SILVA PAIS  iniciou-se  a povoação efetivamente no ano de 1723 por lagunistas( habitantes de Laguna) implantaram invernadas(fazendas de gado) trasportado este da VACARIA DO MAR –gado selvagem)  e colocaram na faixa litorânea entre SÃO JOSÉ DO NORTE E TORRES.
As  duas primeiras sesmarias  foram  doadas  em 1732 no atual município de TRAMANDAI , uma para MANUEL GONCALVES RIBEIRO E OUTRA A  FRANCISCO XAVIER RIBEIRO , estes dois já lá se encontravam  faziam cinco anos criando gado.
No  ano seguinte foram concedidas numerosas sesmarias . No ano de 1736 o CONDE DE  SARZEDAS  )estava autorizado por carta régia a doar sesmarias a quem quisesse vir se estabelecer no RIO GRANDE DE SÃO PEDRO. Entre o estreito e o Chuí  foram concedIdas Sesmarias .
Nomes de sesmeiros que ali se estabeleceram: DOMINGOS MARTINS, FRANCISCO DE SEIXAS, MANUEL DE BARROS,JOSÉ  SILVA,MANUEL GONCALVES  BRANDAO ,MIGUEL  PEREIRA, FRANCISCO XAVIER, DOMINGOS ROBALO, FERNANDO RIBEIRO, ENTRE OUTROS.
Era a estrat;egia dos portugueses para tomar posse da terra, enquanto os espanhóis se dedicaram mais a fundação de povoamentos que depois se transformanvam  em cidades
Mais SESMARIAS  foram concedidas em 1738 nos CAMPOS DE VACARIA  a JOSE FERREIRA CHAVES, , JOAO DA SILVA SOUSA E MANUEL ALVES, mas estes não efetivaram a posse por isto deu origem ao nome de SÃO JOSÉ DOS AUSENTES.
Entao foi necessário procurar outros sesmeiros dispostos a se isntalar nos CAMPOS DE VACARIA, e foram doadas terras a  CRISTÓVAO PEREIRA DE ABREU,FRANCISCO DE SOUSA FARIA  E A PEDRO DA SILVA CHAVES. Por morte de CRISTOVAO PEREIRA  JOAO BATISTA FEIJÓ  , do Rio de janeiro  arrematou esta em leilão público.
Familias inteiras chegavam para incentivar o desenvolvimento  que era praticamente até então composto só de militares. Tropeiros, estancieiros, soldados, comerciantes , aventureiros afluíam de SÃO  PAULO , do  RIO DE JANEIRO, DE MINAS GERIAS, DE PERNAMBUCO,DA COLONIA DO SACRAMENTO,  DE LISBOA,  e assim foram povoando o imenso território riograndense, que então assim era chamado de  CONTINENTE DE SÃO PEDRO.
A capela chamada de CAPELA GRANDE DE VIAMAO  foi fundada em 1741 , dedicada a NOSSA SENHORA DA CONCEICAO , por FRANCISCO CARVALHO CUNHA , na ESTANCIA GRANDE , VIAMAO  foi elevado a categoria de freguesia(   )  em 3 de dezembro do ano de 1747.
Observamos que, como vieram famílias  de diversos ËSTADOS, ENTAO CHAMADOS PROVINCIAS- DO BRASIL é um erro a discriminação que o gaucho sofre por outros Estados no tempo presente, lembrando que se foi povoado por paulistas, mineiros, cariocas, lisboetas,etc....antes da chegada dos imigrantes europeus, o Rio Grande do Sul  tem um pouco de cada “sangue””....esperamos que esta história seja conhecida , e talvez seja por isso que o RIO GRANDE DO SUL é um povo hospitaleiro, que gosta de receber pessoas tanto de outros Estados no tempo presente, quanto estrangeiros.Esperamos que, sendo a história do primeiro povoamento conhecida, os outros brasileiros residentes em outros Estados se sintam também um pouco “gaúchos  

  
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