NA ENTRADA DAS RUINAS DE SÃO MIGUEL ARCANJO LÊ-SE UMA FRASE: CO YVY OGUERECO YARA QUE QUER DIZER REPÚBLICA DOS GUARANIS.
sábado, 29 de maio de 2010
OS FATOS QUE LEVARAM A DESENCADEAR A GUERRA GUARANÍTICA.
quarta-feira, 19 de maio de 2010
TRATADOS
Na época das GRANDES NAVEGAÇÕES Espanha e Portugal iam firmando TRATADOS para repartir entre si o domínio dos territórios que consideravam "decobertos' e assim, no ano de 1494 firmaram o primeiro TRATADO , chamado de TRATADO DE TORDESILHAS que determinava o que segue:
-firmado em 07 de junho de 1494
"as áreas do Mundo extra-europeu, demarcava o NOVO MUNDO nos dois hemisférios de pólo a pólo
, dando a Portugal o direito de posse sobre a faixa de terra onde se encontra o Brasil, ficando também Portugal com as terras localizadas a leste da linha de 370 léguaS TRAÇADAS A PARTIR dos Açores e Cabo Verde, A ESPANHA COM AS TERRAS QUE FICASSEM DO LADO OCIDENTAL DESTA LINHA.
A faixa de terras que dava direito a Portugal sobre as terras do Brasil foi produto de constante rivalidade entre Portugal e Espanha .
Neste contexto geográfico atual região do Rio Grande do Sul pertenceriam à Espanha, onde foram introduzidos os padres Jesuítas, que a partir do ano de 1620 foram implantando as reduções jesuíticas, dentre as quais a de SANTA TERESA no atual município de Passo Fundo. Nas constantes disputas, apesar do Tratado de Tordesilhas-imaginemos demarcar um território deste tamanho sem instrumentos como temos hoje-uma linha teórica, na verdade-as primeiras reduções não chegaram a se consolidar, como a de santa teresa, que durou apenas até 1637, quando foi tomada pelo Bandeirante andré Fernendez. dizem os escritos da época que aqui em Passo Fundo já estavam reduzidos 4.000 indígenas denominados TAPES os mesmos guaranis- NO meio destes entreveros entre Portugal e Espanha fiicaram os índigenas e os padres jesuítas. Somente na segunda metade do século XVII os jesuítas voltaram para formar os 7 POVOS DAS MISSÕES.
A PENÍNSULA IBÉRICA E OS TRATADOS
mapa da Península
A PENÍNSULA IBÉRICA NO TEMPO PRESENTE.
Localização da Península Ibérica (em verde) na Europa, delineando os dois principais países da região, Espanha e Portugal.
Imagem de satélite da Península Ibérica.A Península Ibérica fica situada no Sudoeste da Europa. É formada por dois estados: Portugal e Espanha e o território ultramarino de Gibraltar cuja soberania pertence ao Reino Unido.
Formando quase um trapézio, a Península liga-se ao continente europeu pelo istmo constituído pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a Norte, Oeste e parte do Sul pelo oceano Atlântico, e a restante costa sul e leste pelo mar Mediterrâneo. O seu ponto mais ocidental é o Cabo da Roca e o mais oriental o Cabo de Creus.
Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos rodeados por cadeias de montanhas, e que são atravessados pelos principais rios. Os mais importantes são o rio Tejo, o rio Douro, o rio Guadiana e o rio Guadalquivir, que desaguam no oceano Atlântico, e o rio Ebro, que, por sua vez, desagua no mar Mediterrâneo.
As elevações mais importantes são a Cordilheira Cantábrica, no Norte; o Sistema Penibético (serra Nevada) e o Sistema Bético (serra Morena), no Sul; e ainda a Cordilheira Central (serra de Guadarrama), de que a serra da Estrela é o prolongamento ocidental. Densamente povoada no litoral, a Península Ibérica tem fraca densidade populacional nas regiões interiores. Excepção a esta regra é a região de Madrid, densamente povoada
Ibérica
A PENÍNSULA IBÉRICA NO TEMPO PRESENTE.
Localização da Península Ibérica (em verde) na Europa, delineando os dois principais países da região, Espanha e Portugal.
Imagem de satélite da Península Ibérica.A Península Ibérica fica situada no Sudoeste da Europa. É formada por dois estados: Portugal e Espanha e o território ultramarino de Gibraltar cuja soberania pertence ao Reino Unido.
Formando quase um trapézio, a Península liga-se ao continente europeu pelo istmo constituído pela cordilheira dos Pirenéus, sendo rodeada a Norte, Oeste e parte do Sul pelo oceano Atlântico, e a restante costa sul e leste pelo mar Mediterrâneo. O seu ponto mais ocidental é o Cabo da Roca e o mais oriental o Cabo de Creus.
Com uma altitude média bastante elevada, apresenta predomínio de planaltos rodeados por cadeias de montanhas, e que são atravessados pelos principais rios. Os mais importantes são o rio Tejo, o rio Douro, o rio Guadiana e o rio Guadalquivir, que desaguam no oceano Atlântico, e o rio Ebro, que, por sua vez, desagua no mar Mediterrâneo.
As elevações mais importantes são a Cordilheira Cantábrica, no Norte; o Sistema Penibético (serra Nevada) e o Sistema Bético (serra Morena), no Sul; e ainda a Cordilheira Central (serra de Guadarrama), de que a serra da Estrela é o prolongamento ocidental. Densamente povoada no litoral, a Península Ibérica tem fraca densidade populacional nas regiões interiores. Excepção a esta regra é a região de Madrid, densamente povoada
Ibérica
sábado, 15 de maio de 2010
CONSIDERAÇÕES SOBRE A GUERRA GUARANITICA
Guerra Guaranítica é o nome que se dá aos violentos conflitos que envolvem os índios guaranis e as tropas espanholas e portuguesas no sul do Brasil após a assinatura do Tratado de Madri, em 1750. Os índios guaranis da região dos Sete Povos das Missões recusam-se a deixar suas terras no território do Rio Grande do Sul e a se transferir para o outro lado do rio Uruguai, conforme ficara acertado no acordo de limites entre Portugal e Espanha.
Com o apoio parcial dos jesuítas, no início de 1753 os índios guaranis missioneiros começam a impedir os trabalhos de demarcação da fronteira e anunciam a decisão de não sair da região dos Sete Povos. Em resposta, as autoridades enviam tropas contra os nativos, e a guerra eclode em 1754. Os castelhanos, vindos de Buenos Aires e Montevidéu, atacam pelo sul, e os portugueses, enviados do Rio de Janeiro sob o comando do general Gomes Freire, entram pelo rio Jacuí. Juntando depois as tropas na fronteira com o Uruguai, os dois exércitos sobem e atacam frontalmente os batalhões indígenas, dominando Sete Povos em maio de 1756. Chega ao fim a resistência guarani.
Um dos principais líderes guaranis é o capitão Sepé Tiaraju. Ele justifica a resistência ao tratado em nome de direito legítimo dos índios em permanecer nas suas terras. Comanda milhares de nativos até ser assassinado na Batalha de Caiboaté, em fevereiro de 1756.
[editar] Ver também
Com o apoio parcial dos jesuítas, no início de 1753 os índios guaranis missioneiros começam a impedir os trabalhos de demarcação da fronteira e anunciam a decisão de não sair da região dos Sete Povos. Em resposta, as autoridades enviam tropas contra os nativos, e a guerra eclode em 1754. Os castelhanos, vindos de Buenos Aires e Montevidéu, atacam pelo sul, e os portugueses, enviados do Rio de Janeiro sob o comando do general Gomes Freire, entram pelo rio Jacuí. Juntando depois as tropas na fronteira com o Uruguai, os dois exércitos sobem e atacam frontalmente os batalhões indígenas, dominando Sete Povos em maio de 1756. Chega ao fim a resistência guarani.
Um dos principais líderes guaranis é o capitão Sepé Tiaraju. Ele justifica a resistência ao tratado em nome de direito legítimo dos índios em permanecer nas suas terras. Comanda milhares de nativos até ser assassinado na Batalha de Caiboaté, em fevereiro de 1756.
[editar] Ver também
sábado, 8 de maio de 2010
sexta-feira, 7 de maio de 2010
A LENDA EM POESIA
INSCRIÇÃO NA SEPULTURA
+ Em Nome de Todos os Santos +
No ano de Cristo Jesus de 1756
a 7 de fevereiro
morreu combatendo
o grande chefe guarani Tiaraiú
em um sábado santo
+ Subiu ao Céu dias antes do que +
o grande chefe da Taba do Uruguai
que morreu a 10 de fevereiro em quarta-
feira cobatendo contra um exército de
15.000 soldados.
+ Aqui enterrado +
A 4 de março
mandou levantar-lhe esta cruz
o padre D. Miguel
Descansa em paz
+
"Conforme a homenagem prestada pelos Jesuítas, na inscrição e na denominação do arroio, e não havendo no calendário católico santo de nome Sepé, temos que concluir que as virtudes, o mérito do grande chefe índio foram forais para a sua estranha canonização, no entretanto perdurável e popularizada.
UMA POESIA CONTANDO A LENDA de JOSE SEPÉ
(Cancioneiro Guasca)
O LUNAR DE SEPÉ
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Mandaram por serra acima
Espantar os corações;
Que os Reis Vizinhos queriam
Acabar com as Missões,
Entre espadas e mosquetes,
Entre lanças e canhões!...
Cheiravam as brancas flores
Sobre os verdes laranjais;
Trabalhava-se na folha
Que vem dos altos ervais;
Comia-se das lavouras
Da mandioca e milharais.
Ninguém a vida roubava
Do semelhante cristão,
Nem a pobreza existia
Que chorasse pelo pão;
Jesus-Cristo era contente
E dava sua benção...
Por que vinha aquele mal,
Se o pecado não havia?...
O tributo se pagava
Se o vizo-rei o pedia,
E até sangue se mandava
Na gente moça que ia...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Os padres da encomenda
Faziam sua missão:
Batizando as criancinhas,
E casando, por união,
Os que juntavam os corpos
Por força do coração
Dum sangue dum grão-Cacique
Nasceu um dia um menino,
Trazendo um lunar na testa,
Que era bem pequenino:
Mas era um cruzeiro feito
Como um emblema divino!...
E aprendeu as letras feitas
Pelos padres, na escrita;
E tinha por penitência
Que a sua própria figura
De dia, era igual às outras...
E diferente, em noite escura!...
Diferente em noite escura,
Pelo lunar do seu rosto,
Que se tornava visível
Apenas o sol era posto;
Assim era Tiaraiú,
Chamado Sepé, por gosto.
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Cresceu em sabedoria
E mando dos povos seus;
Os padres o instruíram
Para o serviço de Deus,
E conhecer a defesa
Contra os males dos ateus...
Era moço e vigoroso,
E mui valente guerreiro:
Sabia mandar manobras
Ou no campo ou no terreiro;
E na cruzada dos perigos
Sempre andava de primeiro.
Das brutas escaramuças,
As artes e astimanhas
Foi o grande Languiru
Que lh'ensinou; e as façanhas,
De enredar o inimigo
Com o saber das aranhas...
E tudo isso aprendia;
E tudo já melhorava,
Sepé-Tiaraiú, chefe
Que os Sete Povos mandava,
Escutado pelos padres,
Que cada qual consultava.
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
E quando a guerra chegou
Por ordem dos Reis de além,
O lunar do moço índio
Brilhou de dia também,
Para que os povos vissem
Que Deus lhe queria bem...
Era a lomba da defesa,
Nas coxilhas de Ibagé,
Cacique muito matreiro
Que nunca mudou de fé:
Cavalo deu a ninguém...
E a ninguém deixou de a pé...
Lançaram-se cavaleiros
E infantes, com partasanas,
Contra os Tapes defensores
Do seu pomar e cabanas;
A mortandade batia,
Como ceifa de espadanas...
Couraças duras, de ferro,
Davam abrigo à vida
Dos muitos, que, assim fiados,
Cercavam um só na lida!...
Um só, que de flecha e arco,
Entra na luta perdida...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Os mosquetes estrondeiam
Sobre a gente ignorada,
Que, acima do seu espanto,
Tem a vida decepada...;
E colubrinas maiores
Fazem maior matinada!...
Dócil gente, não receia
As iras de Portugal:
Porque nunca houve lembrança
De haver-lhe feito algum mal:
Nunca manchara seu teto...;
Nunca comera seu sal!...
E de Castela, tampouco
Esperava tal furor;
Pois sendo seu soberano,
Respeitara seu senhor;
Já lhe dera e ouro e sangue,
E primazia e honor!...
A dor entrava nas carnes...
Na alma, a negra tristeza
Dos guerreiros de Tiaraiú,
Que pelejavam defesa,
Porque o lunar divino
Mandava aquela proeza...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
E já rodavam ginetes
Sobre os corpos dos infantes
Das Sete Santas Missões,
Que pareciam gigantes!...
Na peleja tão sozinhos...
Na morte tão confiantes!...
Mas o lunar de Sepé
Era o rastro procurado
Pelos vassalos dos Reis,
Que o haviam condenado...
Ficando o povo vencido...
E seu haver... conquistado!
Então, Sepé foi erguido
Pela mão de Deus-Senhor,
Que lhe marcara na testa
O sinal do seu penhor!
O corpo, ficou na terra...
A alma, subiu em flor!...
E, subindo para as nuvens,
Mandou aos povos benção!
Que mandava o Deus-Senhor
Por meio do seu clarão...
E o lunar na sua testa
Tomou no céu posição...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem...
Sepé-Tiaraiú ficou santo
Amém! Amém! Amém!...
+ Em Nome de Todos os Santos +
No ano de Cristo Jesus de 1756
a 7 de fevereiro
morreu combatendo
o grande chefe guarani Tiaraiú
em um sábado santo
+ Subiu ao Céu dias antes do que +
o grande chefe da Taba do Uruguai
que morreu a 10 de fevereiro em quarta-
feira cobatendo contra um exército de
15.000 soldados.
+ Aqui enterrado +
A 4 de março
mandou levantar-lhe esta cruz
o padre D. Miguel
Descansa em paz
+
"Conforme a homenagem prestada pelos Jesuítas, na inscrição e na denominação do arroio, e não havendo no calendário católico santo de nome Sepé, temos que concluir que as virtudes, o mérito do grande chefe índio foram forais para a sua estranha canonização, no entretanto perdurável e popularizada.
UMA POESIA CONTANDO A LENDA de JOSE SEPÉ
(Cancioneiro Guasca)
O LUNAR DE SEPÉ
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Mandaram por serra acima
Espantar os corações;
Que os Reis Vizinhos queriam
Acabar com as Missões,
Entre espadas e mosquetes,
Entre lanças e canhões!...
Cheiravam as brancas flores
Sobre os verdes laranjais;
Trabalhava-se na folha
Que vem dos altos ervais;
Comia-se das lavouras
Da mandioca e milharais.
Ninguém a vida roubava
Do semelhante cristão,
Nem a pobreza existia
Que chorasse pelo pão;
Jesus-Cristo era contente
E dava sua benção...
Por que vinha aquele mal,
Se o pecado não havia?...
O tributo se pagava
Se o vizo-rei o pedia,
E até sangue se mandava
Na gente moça que ia...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Os padres da encomenda
Faziam sua missão:
Batizando as criancinhas,
E casando, por união,
Os que juntavam os corpos
Por força do coração
Dum sangue dum grão-Cacique
Nasceu um dia um menino,
Trazendo um lunar na testa,
Que era bem pequenino:
Mas era um cruzeiro feito
Como um emblema divino!...
E aprendeu as letras feitas
Pelos padres, na escrita;
E tinha por penitência
Que a sua própria figura
De dia, era igual às outras...
E diferente, em noite escura!...
Diferente em noite escura,
Pelo lunar do seu rosto,
Que se tornava visível
Apenas o sol era posto;
Assim era Tiaraiú,
Chamado Sepé, por gosto.
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Cresceu em sabedoria
E mando dos povos seus;
Os padres o instruíram
Para o serviço de Deus,
E conhecer a defesa
Contra os males dos ateus...
Era moço e vigoroso,
E mui valente guerreiro:
Sabia mandar manobras
Ou no campo ou no terreiro;
E na cruzada dos perigos
Sempre andava de primeiro.
Das brutas escaramuças,
As artes e astimanhas
Foi o grande Languiru
Que lh'ensinou; e as façanhas,
De enredar o inimigo
Com o saber das aranhas...
E tudo isso aprendia;
E tudo já melhorava,
Sepé-Tiaraiú, chefe
Que os Sete Povos mandava,
Escutado pelos padres,
Que cada qual consultava.
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
E quando a guerra chegou
Por ordem dos Reis de além,
O lunar do moço índio
Brilhou de dia também,
Para que os povos vissem
Que Deus lhe queria bem...
Era a lomba da defesa,
Nas coxilhas de Ibagé,
Cacique muito matreiro
Que nunca mudou de fé:
Cavalo deu a ninguém...
E a ninguém deixou de a pé...
Lançaram-se cavaleiros
E infantes, com partasanas,
Contra os Tapes defensores
Do seu pomar e cabanas;
A mortandade batia,
Como ceifa de espadanas...
Couraças duras, de ferro,
Davam abrigo à vida
Dos muitos, que, assim fiados,
Cercavam um só na lida!...
Um só, que de flecha e arco,
Entra na luta perdida...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
Os mosquetes estrondeiam
Sobre a gente ignorada,
Que, acima do seu espanto,
Tem a vida decepada...;
E colubrinas maiores
Fazem maior matinada!...
Dócil gente, não receia
As iras de Portugal:
Porque nunca houve lembrança
De haver-lhe feito algum mal:
Nunca manchara seu teto...;
Nunca comera seu sal!...
E de Castela, tampouco
Esperava tal furor;
Pois sendo seu soberano,
Respeitara seu senhor;
Já lhe dera e ouro e sangue,
E primazia e honor!...
A dor entrava nas carnes...
Na alma, a negra tristeza
Dos guerreiros de Tiaraiú,
Que pelejavam defesa,
Porque o lunar divino
Mandava aquela proeza...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem:
Mas quem faz gemer a terra...
Em nome da paz não vem!
E já rodavam ginetes
Sobre os corpos dos infantes
Das Sete Santas Missões,
Que pareciam gigantes!...
Na peleja tão sozinhos...
Na morte tão confiantes!...
Mas o lunar de Sepé
Era o rastro procurado
Pelos vassalos dos Reis,
Que o haviam condenado...
Ficando o povo vencido...
E seu haver... conquistado!
Então, Sepé foi erguido
Pela mão de Deus-Senhor,
Que lhe marcara na testa
O sinal do seu penhor!
O corpo, ficou na terra...
A alma, subiu em flor!...
E, subindo para as nuvens,
Mandou aos povos benção!
Que mandava o Deus-Senhor
Por meio do seu clarão...
E o lunar na sua testa
Tomou no céu posição...
Eram armas de Castela
Que vinham do mar de além;
De Portugal também vinham,
Dizendo, por nosso bem...
Sepé-Tiaraiú ficou santo
Amém! Amém! Amém!...
quinta-feira, 6 de maio de 2010
LUNAR
Jose Sepe ou Jose Tiaraiu , mais conhecido como Sepe Tiaraju tinha na testa uma cicatriz em forma de meia lua, a qual chamavam "lunar". Na verdade quando do contato do homem branco com o ´´indigena disseminaram-se muitas doenças desconhecidas destes povos nativos, e foi a escarlatina, uma especie de variola que deixou esta cicatriz saliente em sua testa. como este tornou-se um lider dos indigenas na luta para manter suas terras , onde veio a morrer, reza a lenda que o seu "lunar" desprendeu-se da testa e subiu ao ceu, onde ficou para sempre alumiando o caminho do seu povo em forma de CRUZEIRO DO SUL.
O LUNAR DE SEPÉ TIARAJU
DE SIMÕES LOPES NETO
ERAM ARMAS DE CASTELA
QUE VINHAM DO MAR ALÉM;
DE PORTUGAL TAMBÉM VINHAM
DIZENDO, POR NOSSO BEM...
MAS QUEM FAZ GEMER A TERRA...
EM NOME DA PAZ NÃO VEM!
MANDARAM POR SERRA ACIMA
ESPANTAR CORAÇÕES;
QUE OS REI VIZINHOS QUERIAM
ACABAR COM AS MISSÕES
ENTRE ESPADAS E MOSQUETES
ESTRE LANÇAS E CANHÕES!
ERAM ARMAS DE CASTELA
QUE VINHAM DO MAR ALÉM;
DE PORTUGAL TAMBÉM VINHAM
DIZENDO, POR NOSSO BEM...
MAS QUEM FAZ GEMER A TERRA...
EM NOME DA PAZ NÃO VEM!
MANDARAM POR SERRA ACIMA
ESPANTAR CORAÇÕES;
QUE OS REI VIZINHOS QUERIAM
ACABAR COM AS MISSÕES
ENTRE ESPADAS E MOSQUETES
ESTRE LANÇAS E CANHÕES!
SEPE TIARAJU E A GUERRA GUARANÍTICA
José Tiaraiú ou José Tiarajú, conforme grafia preferida atualmente. SEPÉ SIFINIFICA CHEFE EM GUARANI. Foi um líder na guerra guaranítica e foi morto pelos espanhóis e portugueses quando os indigenas se recusaram a deixar suas terras, conforme os tratados que a PENINSULA IBÉRICA assinava, sem importar-se com o trabalho dos jesuítas e do modo de ver o Mundo dos povos nativos americanos. Os reis de Portugal e Espanha com o passar do tempo, de 1494 ate o ano de 1777 foram firmando tratados que visavam somente a dominação da riqueza das Americas, sem considerar os nativos e os missionários Jesuítas que haviam organizado tão bem esta sociedade que , apesar de ter sofrido constantes ataques durante praticamente 300 anos, resistia por Amor a sua Terra.