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terça-feira, 8 de abril de 2025

CARTA TRADUZIDA ANO DE 1898- PADRE ANTONIO SEGANFREDDO ESCREVE PARA O PADREJOSÉ MOLINARI

 Capoeiras 21 de novembro de 1898

Ao 

Reverendissimo Senhor Reitor


. “O Sr. se  queixou de meu longo silêncio. Tem razão. Mas agora, com essa minha longa carta , pretendo suprir o silêncio passado. E o Sr. fará  a gentileza de lê-la  toda antes de jogá-la no cesto do lixo.. No início do corrente mês, mediante o cônsul italiano de Porto Alegre, lhe despachei um vale de 206 liras italianas ouro, rogando-lhe o obséquio de fazer celebrar  60 missas na minha intenção. É primeira vez que lhe envio dinheiro e  vejo-me obrigado pela necessidade a pedir   o compromisso destas missas; mas no  futuro não será mais assim! Enviarei dinheiro sem o compromisso de missas. Pus em ordem todos os meus compromissos e minhas obrigações e não me resta mais nada a pagar.. Encontro-me há dois anos neste Brasil e, especialmente desde setembro de 1897, sempre fui perseguido. Agora parece que a tempestade esteja amainando e se acalme a procela. O Pe. Pedro Colbachini não diz mais nada por enquanto a meu respeito. Estou porém pressentindo  que devo ficar alerta.. E, na medida do possível, agora somos até bons amigos, suportando tudo sem  retrucar . Deu-me um apelido que não me vai nem bem nem mal: chama-me “o astuto cimbro”, pois sabe que sou descendente dos cimbros. Tenho ombros largos  e aguento tudo. Certo é que não me encontrou tão  debilitado  quanto esperava! Não sei por qual razão o Pe. Pedro queria expulsar-me destas colônias e para (realizar) seu plano  utilizou-se  de calúnias. Escreveu ao Bispo de Porto Alegre dizendo-lhe: o Pe. Antônio não sabe a moral. Tive que prestar exames  relativos ao sacerdócio : uma  desonra  para o Instituto ao qual pertenço ! Caluniou-me também de ter realizado um matrimônio nulo de um casal de poloneses. Logo que fui advertido, examinei os papeis e ,abri os registros e encontrei que o tal do matrimônio foi  celebrado  pelo muito reverendo Pe. Colbachini. Então contei ao Bispo como estavam as coisas e a admoestação caiu sobre as costas do Pe. Pedro, ao qual aconteceu a mesma sorte dos pífanos da montanha: em vez de tocar, ficaram tocados! Também se isso tivesse sido verdade, por que escrever logo aos Superiores? Podia chamar-me à atenção e procurar o modo de pôr tudo em ordem, sem espalhar a notícia. . Eu sei que o Pe. Pedro celebrou outros casamentos nulos; e eu, antes de falar, escrevi ao Bispo e ele, com a resposta, me orientou  o que devo fazer. Deste modo, até agora tudo correu muito bem. As raposas velhas não caem tão facilmente na arapuca! Se eu dissesse que entreguei ao Pe. Pedro mais de um conto de réis, ele me excomungaria. E, no entanto, foi isto que aconteceu! Hoje ele nega. Paciência! De setembro de 1897, época em que o Pe. Pedro me advertiu que não mais me queria sob sua autoridade, até o dia de hoje, realizei o que  segue: 1º - Por ordem expressa do Pe. Pedro, tive que entregar ao senhor  Giuseppe Faedo 65$000 mil réis, para indenizá-lo das 500 liras italianas que ele deixou no Instituto de Placência, para  a minha  viagem. 2º - Celebrei 133 missas pelos Revmos padres Francisco Brescianini e Faustino Consoni,     tendo eu pedido uma soma correspondente para poder ir  em viagem até Alfredo Chaves. Os   padres do Paraná também me faltaram com a fraternidade. ! Eu, para trazer o baú deles(material) , tive que gastar as 220 liras que ainda possuía e   quando cheguei a Santos: entre hotel, o serviço dos carregadores, a alfândega, a viagem, etc.,e fui até Curitiba entregar o material  quando cheguei lá não sobrava mais um vintém. E tive que dormir num barracão, sobre um pouco de palha, porque não tinha dinheiro para o hotel. Eles, por sua vez, não me deram nem um réis em compensação. Que fineza de consciência! Que caridade fraterna! Faz rir até os postes! Eu não dei importância ao fato, mas fiz uma  figura mesquinha junto aos meus Superiores. 3º - Paguei a viagem de minha desventurada família, de Minas a Porto Alegre, e lhe prestei ajuda quando se encontrava em necessidade extrema, na falta de tudo. Meus irmãos prometeram restituir tudo, mas tenho receio  que as coisas irão demorar um tempo . Cosa Vuto? Tenho aqui dois irmãos que moram em Nova Bassano, um tem seis filhos e o outro sete. Portanto  eu não sei   quanto tempo  levarão   para me  restituir o empréstimo. Eles têm boa intenção. Os terrenos de sua propriedade são de ótima qualidade. Esperemos que tudo corra bem! De minha parte, hei de solicitar a restituição assim que começarem a receber pelos produtos excedentes.. Um de meus sobrinhos está com o Pe. Pedro; é o seu Benjamim. Quer enviá-lo para o Seminário, talvez em Placência. Por enquanto o seu mestre é o Pe. Serraglia. 4º - Comprei um cavalo para meu uso. Custou-me 130$000 mil réis. O Pe. Pedro tinha-me comprado um, como o meu  próprio dinheiro, mas quando decidiu não me considerar mais seu coadjutor  ,  tirou-me cavalo  e o vendeu, deixando-me com o cavalo de S. Francisco. Faz somente dois meses que o comprei. Só agora fiz isto, porque antes quis saldar os meus compromissos. Mas Deus Nosso Senhor me foi propício, conservando-me sempre com saúde, forte e robusto mais do que o Pe. Pedro, que se apresenta com  um cavalo que deixa todo mundo de queixo caído, um animal fabuloso como aquele de Hércules, Aquiles, Orlando e Ricieri, etc. Quando o demônio me tenta e me traz à mente as traições  que me fizeram os caros confrades, eu perco as estribeiras e de bom grado tomaria um porrete e bateria neles  sem piedade, na esperança de que semelhante lição os levasse a pôr em prática a virtude da caridade, tanto recomendada por Nosso Senhor Jesus Cristo. Digo-lhe a verdade, Sr. Reitor, semelhante tratamento não me teriam reservado nem os leigos, nem mesmo os mais ferrenhos anticlericais de nossos dias. Mas resisto à tentação e a afasto cantando alguma canção. 5º - Fiz preparativos para construir aqui uma nova igreja. Para animar a população encomendei, às minhas custas, 10.000 tijolos; mas ainda não terminei de os pagar. Note, porém que, para fazer tudo isto, recorri aos colonos e todo mundo correspondeu, vindo em meu auxílio e trazendo-me, além de outras coisas, mais de  50 sacos de trigo. Parte dele o vendi a 14$000 mil réis, e outra parte, a 12$000 ao saco. Os colonos me querem bem, e isso sem merecimento de minha parte. Nunca me deixaram faltar nada, e levaram para minha casa todo o bem de Deus, de modo que eu não tive que gastar praticamente nada para viver. Foi por isso que pude pagar todas as minhas dívidas e compromissos. De quanto lhe estou dizendo fica evidenciado que os auxílios prestados à minha família não são outra coisa senão a caridade dos colonos, sem causar dano a ninguém Fiz também uma severa economia em tudo, comendo polenta e bebendo o vinho dos Apóstolos, isto é, água. Agora, porém, encontro-me sem roupas, sem mesmo o necessário para viver. Mas, se num ano ou pouco mais pude fazer tanto, para o futuro, se Deus me deixar saúde, tenho fé que colocarei em ordem tudo, embora em quantidade menor, pois me foram tiradas 300 famílias.  O Pe. Pedro não cessou e nem cessará de me perseguir, não às claras, mas na  surdina. Escreveu, e conseguiu do Bispo de Porto Alegre trazer sob sua jurisdição 300 famílias que pertenciam ao meu curato de Capoeiras. Deste jeito, pobre de mim, restam-me somente 350 famílias. Eis aí o motivo porque poderei fazer menos no futuro. Assim, vai se expandindo o território do  Pe. Pedro e eu desejo ir me restringindo sempre mais e viver esquecido pelo mundo inteiro. Com esta divisão, o Pe. Pedro atraiu sobre si a ira dos colonos, e estão protestando.. Ele tem sob seus cuidados mais de 1.300 famílias. Ele fundou sua sede fora do centro, antes, num ângulo. Assim, os que moram mais longe não podem chegar à igreja de Nova Bassano, nem mesmo com um dia inteiro a cavalo. No meio desta selva 

, os doentes morrem sem sacramentos. Eu corro para todos os lados, mas não chego a atender a todos. E, depois, o Pe. Pedro não me permite que vá  ao   seu território. Tenho ordem do Bispo para atender os doentes da sede de Alfredo Chaves, porque o Vigário, sendo velho de 73 anos e tendo mais de 2.000 famílias, não pode e não quer sair para ungir  os enfermos. Por causa disso, tenho que fazer viagens de  até 12 horas a cavalo; e sem nenhuma recompensa. Faço-o de bom grado. : Nosso Senhor me recompensará! Se o Pe. Pedro tivesse fundado sua sede aqui em Capoeiras, teria sido muito mais cômodo, porque aqui existe a estrada geral que atravessa todas as linhas, enquanto em Nova Bassano não existe essa facilidade .. Os colonos devem caminhar sempre no meio  do mato, por travessões estreitos e intransitáveis. Que faça como quer, e esteja a seu  gosto! Durante o inverno, porém, aqueles pobres colonos, que estão sob a jurisdição  de Nova Bassano, devem ir ao Pe. Pedro e pedir  um certificado, ou seja, obter licença para vir batizar seus bebês  aqui em Capoeiras, coisa que só serve para atrapalhar. E falam muito mal. Aqueles colonos exasperados dizem - e com razão: Como é possível levar até Nova Bassano uma criança, através daquelas estradas perigosas ? Um jeito muito simples para remediar  essa situação haveria  se  os Revmos Superiores de Placência dessem ordem para que  o Pe. Antônio Seganfredo e o Pe. Serraglia morassem na mesma sede , e encaminhassem ao Bispo de Porto Alegre o pedido de reconhecer tal fusão  e de entregar aos mencionados padres a jurisdição sobre as novas Linhas - quatro das quais pertencentes à sede de Capoeiras e as outras cinco àquela de Alfredo Chaves - estaria tudo resolvido.   O  Pe. Pedro, que ficaria sozinho, e seria  mais do que suficientes as cinco Linhas de Nova Bassano. Esta solução seria um bem para mim, pois ganharia um coirmão de confiança; seria um bem também para o Pe. Serraglia, pois aqui comigo teria ocasião de se exercitar em seu ministério, enquanto com o Pe. Pedro não pode fazer nada, pois ele não transfere responsabilidade.. O Pe. Serraglia viria de boa vontade. Já falamos nisso. Um dia ele chegou até a dizer: Quanto seríamos felizes nós dois, se pudéssemos morar juntos! Pelo menos eu – disse o Pe. Serraglia – poderia me exercitar. Até que permaneço com o Pe. Pedro eu não vou aprender coisa alguma e ficarei um pobre homem. Da mesma forma, seria um bem para o Pe. Colbachini, pois cessariam todas as iras e discórdias contra ele, e terminariam também as brigas do Pe. Pedro com os vigários das paróquias  confinantes, pois ele não consegue ficar em paz, e sempre levanta questões. Se o Pe. Pedro ficasse sozinho nas cinco Linhas de Nova Bassano, não teria divisa com outra curasia , pois dois terços daquele território ficariam cercados por uma selva desabitada, e do outro lado, pelo rio Carreiro, rápido e cheio de precipícios. Seria, enfim, coisa boa para o nosso Instituto, pois teria a certeza de receber de nós ajuda e socorro mais do que os nossos Rev.mos Superiores esperam. Esta é a pura verdade. Rev.mos Superiores, eu escrevo o que me dita o coração e a consciência. E não sou criança  para tomar  as coisas pela primeira impressão, sem ponderar direito os aspetos favoráveis e contrários. Sem buscar interesses, desejo a ordem e o bem, e nada mais. Tenho certeza de que, se meus Rev.mos Superiores não tiverem perdido completamente a estima do pobre Pe. Antônio Seganfredo, hão de prestar ouvidos às minhas justas causas , razoáveis e  objetivas considerações. Se, pelo contrário, continuarem a dar crédito às calúnias do Pe. Pedro Colbachini a meu respeito, então estará tudo terminado para o pobre Pe. Antônio Seganfredo, o qual não terá mais voz no capítulo. Se as coisas tomarem esse rumo, então eu vou dar aos Revmos Superiores o mesmo conselho que deu o Pe. Pedro Colbachini a meu respeito aos Superiores de Placência - repito as palavras textuais de Colbachini, encontradas por mim mesmo numa carta endereçada a Dom Scalabrini – “Seja expulso da Congregação o Pe. Antônio Seganfredo, corte-se quam primum esta árvore infestada, antes que produza frutos que desonrem a nossa  Congregação”. E continua: “Ele se fez padre sem vocação, e só para não trabalhar e para fazer vida mais cômoda (Aplausos! Basta que depois de ser padre se venha para cá no Brasil para garantir vida cômoda!) usando meios ilícitos também para com Deus, obrigando-o a realizar seu projeto de ser fazer padre”). Esta última frase não se encontra na carta. Ele, porém, a disse muitas vezes em presença do Pe. Antônio Serraglia o qual, conhecendo-me há dez anos e estando  em contato comigo, ficou muito admirado. O que referi é somente uma parte das trapalhadas e originalidades daquele destrambelhado. Deixo fora o resto! Digam-me agora os Revmos Superiores o que fariam se estivessem em meu lugar. Aguardo resposta! Dirão que devo carregar pacientemente a cruz. Mas eu sou tão fraco e ela, de vez em quando, é pesada demais! Se, depois, tiverem pensado em me expulsar da Congregação, quando o Sr. me escrever, queira me comunicar também o que estou devendo ao Instituto, e imediatamente saldarei minha conta. Advirto, porém, que se isto acontecer, logo que tiver terminado de cumprir minhas obrigações, vou me retirar numa selva, porque estou cansado, cansadíssimo deste Mundo canalha! Rogo-lhe, porém a bondade de não encarar negativamente esta minha conversa, porque a mim agrada dizer as coisas claramente, dando o nome aos bois, sem preâmbulos e meias medidas. Saúdo-o, Sr. Reitor, rezo e rezarei sempre a Deus por todos, também pelo Pe. Colbachini. Todos os dias, na missa, faço um momento especial. Dê lembranças também ao Rev.mo Monsenhor Costa, Dalle Piane, Germano, Antônio e João e a todos os coirmãos. A S. Ex.a, o Sr. terá a bondade de dizer alguma coisa em meu favor. Dirá que, mais do que tudo, me desagradam estas discórdias, porque são motivo de tristeza para seu ótimo coração.

 Sou seu servo Pe. Antônio Seganfredo





Fontes de pesquisa:

-Raízes de  um povo- Dom Redovino Rizzardo

-Pioneiros Scalabrinianos no Rio Grande do Sul

-História Oral Eda Seganfreddo Padão 

-Arquivo da congregação Scalabriniana em Roma- Giovanni Terragni

-Parecer da tradução:Clea Ana Seganfredo

-colaboração de Vilmar Antonio Troian

-melhoramento da visibilidade da cartas manuscritas- Fernanda do Canto




Observações:

O padre Antonio Seganfreddo viveu isolado , praticamente dos coirmãos, ele se valia de parentes para ajudá-lo e acompanhá-lo, o irmão Carlo era sacristão, meu avô Pellegrino filho do irmão Giuseppe o acompanhava  e inclusive o meu tio José Seganfredo com 12 anos o acompanhava a cavalo pelas colônias,

-A carta foi escrita um ano depois que o padre Antonio Seganfreddo foi buscar a família do Carlo e os pais em Minas Gerais. Ele pediu  dinheiro emprestado para ir buscá-los e demorou mais de três meses porque era precário o meio de transporte da época: a cavalo ou barcaça até São João de Montenegro, de lá precisava tomar um navio a vapor da guarda costeira e ir até São Paulo. Em São Paulo pediu dinheiro emprestado aos coirmãos do Instituto Cristóvão Colombo no bairro Ipiranga. Depois provavelmente pegou um trem até Juiz de Fora Hospedaria Horta Barbosa onde ficaram por uns dias, onde descobriu em qual lavoura estavam. Como ele era um padre, provavelmente conseguiu mais facilmente tirá-los de lá.A viagem de volta foi no mesmo roteiro.

O padre Pedro não havia autorizado a viagem , porém alguns coirmãos o incentivaram.

Aqui ele conta que ao voltar o padre Pedro Colbachini o deixou de lado. Ele permaneceu  em Capoeira, Nova Prata porque havia muito trabalho.

O padre Pedro neste meio tempo escreveu uma carta a Giovanni Battista Scalabrini e outra ao padre Antonio. Quando foi envelopar as cartas trocou-as sendo que a que era para Scalabrini caiu nas mãos do padre Pedro e vice-versa. Então o padre Antonio ficou sabendo do teor da carta.

Padre Antonio escreve aqui que havia muitos problemas, porque naquela época a rudeza dos colonos levava a cometer atos falhos, como fazer casamentos que estariam fora da lei da Igreja. e encontraram alguns, mas o padre Antonio escreve que um matrimonio de polacos dado como falho quem oficiou foi o proprio padre Colbachini.Que quando desconfiava de alguma falcatrua dos colonos se dirigia ao bispo de Porto Alegre e recebia as instruções.

Escreve também que ao chegar em 1896 trazia uma caixa com vários objetos que devia levar até Curitiba. Lá Chegando não tinha dinheiro para vir até a Colônia Alfredo Chaves. Não recebeu ajuda dos confrades  e teve de dormir em um galpão sobre as palhas por não ter dinheiro para pagar hotel

O sobrinho a que ele se refere que estava com o Padre Pedro e padre Antonio Serraglia era Cirillo Seganfredo , filho de Carlo e Maria Joana. De fato Cirillo estudou depois em um seminário em Porto Alegre, foi para a Itália prestar serviço militar em Maróstica. Retornou, ficou um tempo em Rio Claro-SP lecionando na extensão do Instituto Cristóvão Colombo- que era destinado a acolher órfãos , licenciou-se depois da morte do Padre Antonio em 1912-os estatutos do Instituto para imigrantes de Piacenza permitia- casou-se com Maria Soccol. Foi o único que não trabalhou como agricultor. Tive o prazer de encontrar vário filhos do meu tio bisavô Cirillo Seganfreddo na festa em 2013 em Nova Bassano. Tendo também o dom das artes, Cirillo foi maestro da banda bassanense,posteriormente se apresentou nas temporadas de ópera no Teatro São Pedro. Depois casado com Maria Soccol foi sócio do Frigorífico Sul Riograndense. Com a industrialização também a banha que era considerada o ouro branco deu lugar ao óleo industrializado , fecharam os frigoríficos e deram lugar a empresas industrializadas. Com ligação com a Itália, Cirillo passou a importar e vender moinhos de cilindro.

Como se lê em 1899 faleceu o nosso patriarca Pellegrino Seganfreddo, a mãe foi morar com o filho Giuseppe em Nova Bassano e provavelmente dividiram o lote 37 , Ramiro Barcellos perto do Monte Paréo .Lá, Carlo e Giovanna abriram um pequeno comércio, que infelizmente foi destruído por um incêndio provocado por um rojão que caiu sobre a casa. Perdendo a bodega foram morar em Nova Bassano, Maria Volpato, Carlo e Giovanna com os filhos menores. Ali eles continuaram como uma pequena hospedaria .. 

-Padre José Molinari- esteve  na missão em Curitiba, mas adoeceu depois de um certo tempo. Geralmente os padres missionários adoeciam pela dificuldade na missão, Voltou um tempo para a Itália, trabalhou na América do Norte e em 1900 faleceu com apenas 44 anos de idade

Por isso devemos ler e venerar estes missionários italianos que deram a vida pelos imigrantes europeus. Não era só italiano o imigrante, havia poloneses, russos, ucranianos, alemães..

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