FAMÍLIA SEGANFREDO
RELATO DOS PRIMÓRDIOS NA REGIÃO DA COLÔNIA ALFREDO CHAVES
Ana Maria Seganfreddo
Introduzo esse relato sobre meus
antepassados imigrantes italianos na então Colônia Alfredo Chaves, mais
precisamente na região da atual Nova Bassano e arredores relatando informações que obtive
ao longo de anos de pesquisa, mas também por ser filha de um bassanense,
Cornélio Seganfredo que ali viveu na linha décima até os 25 anos quando se
transferiu para Ciríaco onde se casou e se estabeleceu como agricultor .
Uma vez ao ano ele e outros agricultores migrados de Nova Bassano
visitavam o lugar de nascimento mais precisamente nas festas das
comunidades São Paulo Apóstolo e São
Roque nas festas dos padroeiros onde tinham a oportunidade de encontrar os
parentes e conhecidos que lá permaneceram.
ANTÔNIO
SEGANFREDDO, BARBA TONI
O nosso
mais ilustre antepassado , Antônio Seganfredo
na primeira estada no Rio Grande do Sul foi operário na abertura das estradas coloniais
e posteriormente no segundo reingresso missionário scalabriniano.
Nasceu Antônio em Mason Vicentino -VI-_Itália no dia
12 de junho de 1851, filho primogênito de Pellegrino Seganfredo e Maria
Volpato. Emigrou para o Brasil na década de 1880 com a idade de 31 anos,
portanto já adulto.
O que
sabemos dele provém da história oral contada por alguns parentes e poucos escritos de pesquisadores padres
scalabrinianos e principalmente pelas inúmeras cartas que enviou ao fundador da
Congregação Scalabriniana Dom Giovanni Battista Scalabrini e posterior à morte
deste ao sucessor superior da
Congregação e também para alguns
coirmãos com os quais conviveu no Rio Grande do Sul enquanto trabalhava na
missão da então Colônia Alfredo Chaves.
Antônio Seganfredo era de origem humilde e começou a trabalhar para prover seu sustento
desde os 14 anos , como ele mesmo relatou. Sempre como trabalhador braçal em Mason Vicentino e arredores sendo que em
1880 estando em Bassano del Grappa regressou à cidade natal e preparou-se para
emigrar para o Brasil.
O apelido de Barba Toni ,
segundo informações, foi dado porque ele era uma vocação madura no seminário e
significa “TIO TONI”.
Nessa época o governo Provincial do Rio
Grande do Sul começou a contratar operários para a abertura das estradas
coloniais até então praticamente inexistentes. Era necessário melhorar a
trafegabilidade nas Colônias para facilitar o deslocamento de pessoas e
transporte da produção agrícola já em expansão. Foi neste tempo que Antônio
Seganfredo partiu para o Brasil para esse serviço temporário acompanhado de
alguns compatriotas e foram empregados na abertura da principal artéria
colonial, a estrada Buarque de Macedo que partia do porto fluvial de São João
de Montenegro até Alfredo Chaves , atual Veranópolis passando por Garibaldi e Bento Gonçalves.
Conta-se que ele se empregou como cozinheiro do grupo de trabalhadores, mas
também exercia outros serviços braçais.
Ele trabalhou mais especificamente entre os atuais municípios de Bento
Gonçalves e Veranópolis. Á noite costumava reunir os trabalhadores dispostos a
rezar e desta forma deram-lhe o apelido de capelão. Desta sua prática cotidiana veio-lhe a ideia de,
após anos de trabalho voltar para a
Itália e ingressar em alguma Congregação religiosa onde pudesse preparar-se para
tornar-se padre e posteriormente voltar ao Rio Grande do Sul e exercer o
ministério presbiteral e assim fez .
Chegando na Itália dirigiu-se para Mason Vicentino e
ficou uns dias na casa dos pais. Conversando com a mãe falou-lhes sobre o seu
desejo de estudar para tornar-se padre . Conta a Irmã Mafalda Seganfredo,
sobrinha neta dele, que a mãe respondeu”_ como queres te tornar padre se nem te
vejo rezar?” Ao que ele respondeu”- Va la...va la... um Pai Nosso e uma Ave
Maria já são suficientes!”. A mãe falou isto porque naquela época os padres
tinham como característica o ascetismo, o que nunca foi o lado forte dele.
Levando adiante o seu ideal foi admitido primeiramente no Instituto Mander de
Fonte Alto- TV, que era apropriado para vocações maduras. Posteriormente,
fechando este dirigiu-se para Piacenza, Emilia Romagna, onde foi admitido no
Instituto para Emigrantes em 26 de setembro de 1892 , este fundado por Dom
Giovanni Battista Scalabrini com o propósito de formar missionários para
acompanhar os imigrantes onde quer que fossem, pois era muito grande o fluxo
migratório.
Ali permaneceu estudando teologia até o ano
de 1895, quando foi ordenado sacerdote
em 31 de março por Giovanni Battista Scalabrini.
Agora já sacerdote foi
enviado para o Rio Grande do Sul em 20
de julho de 1896, a bordo do navio a vapor Edilio Re, partindo de Nápoles
passando pelo Porto de Genova juntamente
com 2200 imigrantes. Assumiu no navio o
papel de capelão, onde pode acompanhar as vicissitudes deles e nessa viajem de
reingresso presenciou a morte de seis
crianças e uma mulher jovem.
Do porto de Santos onde
desembarcou cumpriu algumas visitas formais encomendadas por Dom Giovanni
Battista Scalabrini e foi a São Paulo visitar o padre Giuseppe Marchetti, no
Instituto Cristóvão Colombo, porém não o encontrou, foi posteriormente para
Curitiba onde visitou Santa Felicidade, onde encontrou os coirmãos naquela
missão e em seguida rumou para o Rio Grande do Sul. Ali foi se apresentar ao
bispo da Provincia porém não o encontrou, rumando então por conta própria para
a linha IX Ramiro Barcellos , no atual município de Nova Bassano onde já estava
desde 1892 seu irmão Giuseppe Seganfredo com a família. Era setembro de 1896.
Pretendia começar seu apostolado ali, onde havia uma pequena
Igreja perto do Monte Pareo, porém como os agricultores das linhas IX e X
estavam disputando o local onde seria erguida uma Igreja matriz começaram a
litigar entre si, então ele resolveu sair dali e ir para outro lugar então
chamado Capoeiras ou São João Batista do Herval onde tinha uma pequena
igrejinha em madeira nas terras do fazendeiro Silvério Antônio de Araújo
dedicada a São João Batista. Começou ali a atender os agricultores exercendo
todas as obrigações de um missionário.
No final de outubro do
mesmo ano chegou naquela Colônia também o padre Pedro Colbacchini, que já havia
trabalhado na missão do Paraná, depois retornara à Itália e agora novamente no
Brasil, mas na missão do Rio Grande do Sul.
Este contava com a ajuda
do padre Antônio Seganfredo, que deveria ser seu coadjutor, porém ambos eram
dotados de uma personalidade forte e não combinavam muito como companheiros de
trabalho, ficando então o primeiro radicado em Capoeiras de 1896 quando
retornou da Itália como padre até aproximadamente 1910 quando adoeceu
gravemente e voltou por um período à Itália para se tratar. Depois que retornou
da Itália permaneceu uma temporada em Porto Alegre atendendo os imigrantes que
continuavam chegando, porém na manhã do dia 23 de dezembro de 1912 teve um mal
súbito e morreu na Santa Casa de Misericórdia .
Padre Antônio Seganfredo por ter sido
operário antes de se tornar padre tinha facilidade em se misturar com a
população durante os festejos paroquiais,
participava das rodas de canto, pois amava cantar. Cantava enquanto
percorria longas distâncias a cavalo no meio dos matos, onde ia até cem
quilômetros de distância a visitar famílias por ali dispersas. Também
gargalhava, o que parecia um absurdo para um padre da época.
Mas era bem quisto,
ensinava remédios caseiros que aprendera com os caboclos da região e na
ausência de médicos era bastante procurado quando algum paroquiano adoecia.
Quanto aos coirmãos foi muito
criticado por vários motivos: um foi o
de não ter obedecido uma das regras da Congregação que era de permanecer sempre dois padres no local da missão.
Outra crítica era a de ser nepotista por ter
acolhido os pais e a família do irmão Carlo por aproximadamente dois anos na
residência paroquial, pois estes ao chegarem da Itália , sem saber falar
português foram parar com uma leva de imigrantes em uma fazenda de café em
Minas Gerais. Além disso foi até lá busca-los e os conduziu ao Rio Grande do
Sul, pela distância de ida e volta ficou fora da missão por quase quatro meses
sem a autorização do superior.
Em uma das cartas escrita em 1897 e enviada
para Dom Giovanni Battista Scalabrini expressou sofrimento. Escreveu: “- Eis a
vossos pés o último de vossos missionários. Me sinto cansado e deprimido pelas
calúnias que sou obrigado a ouvir do padre Pedro.”
Mas
também enfrentou adversidades quando em
1906 ocorreu uma grande seca na região. Secaram as águas, secou o pasto e favoreceu o
aparecimento de grandes nuvens de gafanhotos que devoraram todas as plantações
deixando a todos na miséria. Também uma epidemia de tifo matou muita gente
obrigando-o a passar muitas horas a cavalo e a pé indo atender os moribundos.
Mas teve a audácia de construir juntamente
com os colonos uma Igreja em alvenaria, começando em 1898 . A mesma foi
inaugurada por Dom Giovanni Battista Scalabrini na sua visita pastoral em 1904.
Em seu diário de viagem Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto
estava visitando a região :
“_O Pe. Seganfredo sente extremamente a falta de um colega.
Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até
quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para
outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para
administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às 12 horas partirei para nova Bassano
, distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira
juntamente com Carlos e o Pe. Marcos .
Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei solenemente amanhã ou depois. É obra do
bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração
de todos.”
No
ano de 1915 os restos mortais do Pe.Antonio foram trasladados de Porto Alegre onde estava sepultado e trazidos para Capoeiras fato este que causou uma grande comoção, e uma multidão foi recebe-los a 10 km de
distância para acompanhar o cortejo e
sepultados foram na Capela Maior daquela Igreja que construíra junto com seus
paroquianos, tendo uma inscrição em uma lápide de mármore que dizia” -Ao
Reverendo Pe. Antônio Seganfredo, missionário carlista, fundador desta Igreja
por 14 anos pastor muito amado, Capoeiras reconhecida: 1851-1912.
Porém com a construção da
atual Igreja de Nova Prata os restos mortais dele foram retirados daquela
Igreja primeira e dizem que foram enviados para Nova Bassano, pois a paróquia já
não era gerida pelos scalabrinianos. Neste trajeto ninguém mais soube que fim
tiveram, não há um lugar de sepultura para que possamos visitar. Mas, seja lá o
que tiver acontecido, o que permanece é o exemplo de sacerdote, um homem que
parecia ser rude, mas que tinha um coração compassivo, um verdadeiro apóstolo
de Jesus.
GIUSEPPE
SEGANFREDO
Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de
novembro de 1853. Irmão de Antônio Seganfredo, o missionário , emigrou para o Brasil juntamente com a esposa
Margherita Marcon e os cinco filhos do casal, partindo de Mason Vicentino em 15
de dezembro de 1891. No mesmo dia partiu também sua irmã Lucia Seganfredo
nascida em 12 de junho de 1856, casada com Girolamo Lovison e os três filhos .
Foram incentivados a emigrar por Antônio Seganfredo que já havia retornado para a Itália. Antônio
alimentava um sonho que era de reunir toda a família no Rio Grande do Sul.
Giuseppe Seganfredo embarcou com a família
no vapor Solferino e aportou no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892. Logo
em 16 de março de 1892 embarcou com a família no navio Iris e em 19 de março já
estava no Rio Grande do Sul onde foi encaminhado para a Colônia Alfredo Chaves,
na linha IX, Ramiro Barcellos, ocupando o lote 37.
Como havia combinado com o irmão Antônio,
ali chegando começou a movimentar os colonos para solicitar a vinda de um padre
para atender essa parte da Colônia. Foi muito ativo nesta busca, porém , apesar
de ter Lucia Seganfredo com a família morando na mesma linha, mais tarde também
a família de Carlo se estabeleceu ali, os irmãos Seganfredo realizaram o sonho
em parte, porque Antônio escolheu permanecer em Capoeiras, atual Nova Prata e
Luigi , o caçula permaneceu na Itália, não conseguiu embarcar em 1897 pois a esposa Giullia Bellinaso estava
grávida. De Luigi descendem nossos parentes italianos de Maróstica.
Giuseppe Seganfredo sempre foi agricultor e
morou sempre nesse endereço onde faleceu em 10 de junho de 1919.
Dos filhos nascidos na Itália o menino Lino,
que nascera em 1887 faleceu depois de chegar ao Rio Grande do Sul, porém não
sabemos onde foi sepultado, talvez na beira da trilha percorrida até chegar ao
destino final, como acontecia seguidamente.
No Brasil nasceram mais
dois meninos, a um deles deram o nome de Lino Marcon Seganfredo ,(ano de
1894) para homenagear o irmão . Este
posteriormente casou-se com Virgínia Barbisan. Riccardo Marcon Seganfredo
também nasceu no Brasil em 1896 se casou com Francisca Anzolin. Pellegrino,(ano
1880) meu avô, casou-se com Catterina Seganfredo, e eram primos. Maria (ano
1884) casou-se com Francisco Balzan, Antônio (1885) casou-se com Giovanna
Caldieraro e Catterina( ano 1891) casou-se com João Caron.
Margherita Marcon faleceu
em 5 de agosto de 1916. Tanto Giuseppe quanto Margherita permaneceram sempre em
Nova Bassano e ali também foram sepultados.
LUCIA
SEGANFREDO
Lucia Seganfredo nasceu em 12 de junho de
1856 em Mason Vicentino-V - Itália.
Girolamo Lovison nascido em 22 de junho 1851 casou-se com ela no dia 24 de janeiro de 1877.
Partiram de Mason Vicentino no mesmo dia de
Giuseppe Seganfredo, 15 de dezembro de 1891, como consta no Foglio de Famiglia.
Vieram trazendo três filhos Luigi,
Catterina e Andrea. No Brasil nasceram mais dois filhos: Giovanni Battista e Antônio.
Estabeleceram-se na linha IX, Ramiro Barcellos
, lote 35 , mas possuíam outro lote na
linha 31, no ano de 1892, portanto
quatro anos antes do padre Pedro Colbacchini ali chegar.
Lucia faleceu em 28 de dezembro de 1941, no
lote 31 da linha Ramiro Barcellos, por isso deduzimos que ali foi construída a
casa. Girolamo faleceu em .8 de junho .de 1922 .em Nova Bassano onde foi
sepultado .
Luigi (ano de 1886)
casou-se com Ângela Carollo, Cattterina (ano 1887) casou-se com Camilo Sasso,
Andrea( 1879) casou-se com Fortunata Anzolin, Giovanni Battista (ano de 1893) casou-se com Emilia Dalla Costa,
Antônio( 1900) casou-se com Aurélia Lazzarotto
e posteriormente com Ursula Zortea.
Deduzimos que Giuseppe Seganfredo e Girolamo
Lovison com suas famílias partiram de Mason no ano de 1891 chegando no Rio
Grande do Sul no inicio de 1892, sendo
ambos considerados pioneiros entre as
primeiras famílias que se estabeleceram na região de onde surgiu posteriormente
Nova Bassano.
Desta família originou-se uma grande
descendência, uns permaneceram em Nova Bassano, outros migraram para outras
regiões e exercem variadas profissões.
CARLO
SEGANFREDO
Carlo Seganfredo nasceu em oito de
outubro de 1858 em Mason Vicentino, VI_
Itália e casou-se com Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Faleceu
em Nova Bassano em 17 de maio de 1945.Maria Giovanna Nicoli nasceu em.14 de
agosto de 1861 e faleceu em 11 de janeiro de 1933. Ambos foram sepultados em
Nova Bassano.
Carlo Seganfreddo partiu de Mason Vicentino
em 30 de março de 1897 com os sete
filhos. Trouxeram consigo também o velho pai Pellegrino. e Maria Volpato .
Também os acompanhava até o porto de Genova o irmão Luigi com os filhos e a
esposa Giullia Bellinaso. Como esta estava em adiantado estado de gravidez não
foi admitida no navio, então essa família retornou para Mason e ali permaneceram,
ficando assim a família dividida.
Quando chegaram no porto
do Rio de Janeiro sem saber falar o português seguiram juntamente com uma leva
de imigrantes para uma fazenda de café em Minas Gerais onde permaneceram por
alguns meses até conseguirem se comunicar
com o padre Antônio Seganfredo que já estava em Capoeiras e este,
aconselhado por alguns coirmãos partiu no dia dois de julho e retornou com eles
em .oito de setembro. Chegando no Rio
Grande do Sul deixou os pais e a cunhada com duas crianças menores em São João
de Montenegro e caminhou dali acompanhado do irmão e 5 sobrinhos por três dias embaixo
de uma chuva torrencial até chegar em Capoeiras. Em uma das cartas onde narra o
fato a Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu –“ cheguei doente, mas vivo.”
Carlo , talvez por ter
sido enviado a outra região chegando na Colônia Alfredo Chaves ficou sem
propriedade rural, o que o obrigou a permanecer por dois anos em Capoeiras com
o irmão Padre Antônio.
Em 1900 já se instalou
perto do irmão Giuseppe, na linha IX. Ali permaneceu por algum tempo e abriu
uma bodega de Secos & Molhados, produtos que eram de necessidade básica dos
colonos. Infelizmente um certo dia, passando um cortejo festivo de casamento
estourando morteiros uma faísca caiu em cima da casa de madeira que incendiou e
a perda foi total. Construíram ali uma outra pequena casa, mas com o passar do
tempo deixaram ali um dos filhos e mudaram-se para o núcleo de Nova Bassano,
que já ia crescendo, abrindo em uma grande casa de madeira na qual moravam uma espécie de hospedaria . Carlo era sacristão, não era muito afeito aos trabalhos
pesados na agricultura rudimentar, era muito franzino, por isso optou por outro
trabalho que não o rural.
A família era numerosa: Catterina(1882) minha
avó, casou-se com Pellegrino Seganfredo, o primo, Amália(1885) casou-se com
Augusto Segalin, Maria (1886) casou-se com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888)
casou-se com Maria Thereza Soccol, Assunta(1890) casou-se com Angelo Zandoná,
Lino (1893) casou-se com Thereza Parisotto, Livia ( 1896) casou-se com
Francisco Tecchio, Estes nascidos na Itália.
Esses abaixo nasceram em
Nova Bassano.
Gilberto (1899) casou-se
com Maria Tecchio, Florinda ( 1900) casou-se com Francisco Tonini, Silvio ( 1902)casou-se
com Palmira Vanzin, Luís (1904) casou-se com Elisa Tedesco, Augusto ( 1907)
casou-se com Maria Segalin.
Sobre a participação da família de Carlo em
Nova Bassano podemos destacar Cirillo, que quando jovem morou com o padre Pedro
Colbacchini e era aluno do padre Antônio Serraglia. A ideia era estudar e
tornar-se padre. Voltou para a Itália para prestar o serviço militar em
Maróstica, já em 1910 retornou para o Brasil e em 1912 estava trabalhando em São
Paulo, em um lugar chamado Rio Claro , onde havia uma filial do Instituto
Cristóvão Colombo pertencente aos padres
scalabrinianos. Depois da morte do padre Antônio Seganfredo, cremos que pouco
depois voltou para Nova Bassano onde organizou juntamente com outros jovens a
Banda Bassanense, Ele era o maestro.
Também podemos destacar a participação de
Silvio Seganfredo na Cooperativa que prestava serviços aos agricultores
comercializando um pouco de tudo que era necessário aos mesmos. De fumo de rolo
, arame farpado, instrumentos de trabalho para a agricultura, víveres , enfim um comércio de Secos & molhados,
muito comum naqueles tempos.
Com o passar dos anos muitos
migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, mas também para Santa
Catarina e Paraná, porém ainda permanecem muitos descendentes destas três
famílias de pioneiros no povoamento de Nova Bassano.