GUERRA GUARANÍTICA

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A RESISTÊNCIA
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domingo, 17 de novembro de 2024

A CARTA DE NOVE DE FEVEREIRO DE 1906, INTERPRETADA, VISTO QUE PARECE NÃO SER O ITALIANO OFICIAL-EM ITALIANO E PORTUGUÊS

 

Molto Rev. Superiore Generale

 

Capoeira, 2 de febraio 1906

 

Le partecipo tristissime notizie di questa povera colonia.  Le cavallette distrussero tutto . Le nuove non hanno ancora le ali e i saltoni vanno da una linea all’altra e dove passano lasciano  lo squallore e la miseria.  La fame in alcune localitá è all'ordine del giorno. Oltre alle cavallette  abbiamo una siccità spaventosa, manca l’erba per gli animali, in una parola manca tutto il necessario all’esistenza, 

FIAT VOLUNTAS TUA

 

Io  ho avuto sempre buona intenzione di aiutare l'Istituto, ma nelle condizioni in cui mi trovo , non posso fare, come sarebbe mio desiderio.

Il 24 del corrente mese deve partire da qui una persona di mia fiducia e deve andare a Porto Alegre , con tal mezzo le spediró italiane seicento lire e forse più. Se cesseranno i flagelli, cioè cavallette e siccità , faró per l’Istituto più che posso.

 La notizia della partenza del P. Serraglia da questa colonia ha prodotto effetti  favorevoli  e contrari, cioè il contento dei suoi calunniatori e il lamento dei coloni.  I calunniatori dicono  “- abbiamo raggiunto il nostro intento , i superiori lo castigano di   essere a scaloni inferiori  ,lasciano  il padre Serraglia nell'abbandono proprio nel momento della loro massima sventura, quando si trovano ridotti nella miseria e fame,”

Dipiu dicono”- ora che ha saccheggiato  il nostro denaro  se ne va a goderlo in Italia, lasciando un padre nuovo che non abbiamo nessuna fiducia.

Il padre Serraglia mi pregò di scrivere a Vostra Reverendíssima. come stanno quelle “fazendas!” , e egli apella da V.Rev.ma.  Superiore Generale una 'ultima parola , .ma è poco disposto ad attraversare l'Atlantico . Se Rev. Superiore lo vuole verrà , ma a malincuore , appunto perché i coloni si trovano nell’estrema miseria e vorrebbe dividere con loro , come pároco il dolore della fame.

 

  Io tiro avanti meglio che posso ma i lunghi viaggi mi cansano immensamente  e domando per atto di grazia provvedimento , ma se mandarà provveduto conforme i  bisogni faccio conto di morir .combattendo, e voglio esprimere che  non sarà lontano il giorno del mio  perpetuo riposo.  Lascio questa cura soltanto quando sarà provveduta da un confratello che non sia poltrone e delicato; altrimenti manterrò la parola e starò qui.

Abbiamo un calore insopportabile , e questi buoni coloni mi tengono in continuo movimento , il calore eccessivo produce malatie di tifo, e devo correre da un punto cardinale all”altro, povero Barba Toni un giorno o l’altro prenderai una insolazione e andrai ai vasti Campi Elisi . E viva!

.Io prego di far recitare dai cappellani dell”Istituto litanie al povero Barba Toni , che ne ha tanto bisogno, delle preghiere   .

 

                                                                                      …umile  servo

P.Antonio Seganfreddo









Osservazione :

 

   Dai anni 1906 a 1908 le colonie hanno sofferto i flagelli delle cavallette e siccità e malattie .

Già da quest'anno aveva assunto la direzione dell'Istituto Padre Domenico Vicentini

 Padre Domenico Vicentini fu il primo missionario scalabriniano ad essere inviato nel Rio Grande do Sul. Fu inviato dal vescovo di Rio Grande do Sul a lavorare a Encantado

 Abbiamo documenti che dal 1906 al 1908, parte delle colonie del Rio Grande do Sul subirono lunghe siccità che favorirono la comparsa di nugoli di cavallette che distrussero i raccolti.

A padre Antônio Serraglia, che lavorò con padre Pedro Colbachini nel 1906, fu ordinato di tornare in Italia e di essere rettore della casa madre di Piacenza, ma non vi rimase a lungo e tornò in Brasile lavorando in diverse località.

Barba  Toni era il nikaneme di Padre Antonio Seganfreddo

Il Istituto  riferito è quello di Piacenza

 

 Em português-  interpretação 



Carta do dia  nove de fevereiro de 1906.

Escreve ao Superior Geral dos Scalabrinianos na Itália falando de pragas de gafanhotos, seca e doenças inclusive tifo.

 

                                     Reverendíssimo Superior Geral

                                                                                                                                                                                                                    

               Informo tristíssimas notícias desta pobre colônia. Os  gafanhotos destruíram tudo. Os saltões ainda não têm as asas e vão de uma linha a outra e por onde passam deixam  a miséria  e a frustração.  A fome em  algumas localidades  está na ordem do dia.

                 Além dos gafanhotos  estamos passando por uma grande seca e falta o pasto para os animais. Resumindo, falta tudo o que é necessário para a existência.

                     FIAT VOLUNTAS TUA  ( SEJA FEITA A VOSSA VONTADE)

               Eu sempre tive boas intenções em ajudar o Instituto , mas nas condições em que me encontro não posso fazer mais, como é o meu desejo.

   No dia 24 do corrente mês deve partir daqui uma pessoa de minha confiança  e irá expedir  cerca de 600 liras italianas ou até um pouco mais.   Caso cessarem os flagelos dos gafanhotos e da seca poderei fazer mais pelo Instituto.

  A notícia da partida do padre Serraglia desta colônia provocou efeitos diversos. Os caluniadores dizem:_” é bom que ele vá embora, conseguimos o nosso intento. Os superiores o castigarão e o colocarão em escalões inferiores . O padre Serraglia ficará abandonado no momento da sua máxima desgraça quando estão reduzidos  à miséria e a  fome.” E dizem também :”-ele pilhou o nosso dinheiro  e vai  para a Itália aproveitá-lo.” deixará  um padre novo, no qual  não temos nenhuma confiança.”

               O padre Serraglia me  incumbiu  que escrevesse a Vossa Reverendíssima como estão aquelas fazendas )e apela ao Reverendíssimo Superior Geral  um  último pedido , mas está pouco disposto a atravessar o Atlântico.   Mas se o Reverendíssimo .Superior Geral o  quer lá  ele irá , ,mas de má vontade porque os colonos se encontram na extrema miséria e   ele deseja  dividir com eles , como  pároco ,  a dor  da fome.   

 Eu trabalho mais que posso, mas as longas viagens me cansam muito.  Peço a graça de providenciar um coirmão para me ajudar, se tal não for possível ficarei até que alguém venha me substituir , mas deve ser alguém que tenha saúde suficiente para enfrentar as adversidades, caso contrário eu ficarei aqui e vou morrer combatendo. Quero dizer  que o dia do meu descanso eterno não está longe . Deixarei essa paróquia  somente quando tiver um substituto à altura, que não seja delicado demais para fazer esse trabalho, pois manterei minha palavra e ficarei aqui.

  Aqui faz um calor insuportável, e os bons colonos me deixam em constante movimento O calor exagerado favoreceu o aparecimento de doenças como o tifo , e devo ir de um ponto cardeal a outro para atender os doentes.

Pobre Barba Toni! Um dia ou outro sofrerei  uma insolação e irei para os vastos Campos Elíseos. E viva!

Peço aos  capelães do Instituto  que  recitem as ladainhas  por  mim, pobre Barba Toni , que necessito tanto  de ajuda.

                          Humilde servo

                               

                              Pe Antônio Seganfreddo.

 

 

 

Nota: o padre Domênico Vicentini neste ano já havia assumido a direção do Instituto

               O Padre Domênico Vicentini foi  o primeiro missionário scalabriniano a ser enviado ao Rio Grande do Sul , foi enviado pelo bispo do Rio Grande do Sul a trabalhar em Encantado

               Temos registros de que do ano 1906 a 1908 a parte das Colônias no Rio Grande do Sul sofreram longas estiagens que favoreceram o aparecimento de nuvens de gafanhotos que destruíram as plantações  e também em consequência doenças como o tifo.

O padre Antônio Serraglia que trabalhou com o padre Pedro  Colbacchini  e  em 1906 recebeu a ordem de voltar para a Itália e ser reitor da casa-mãe, em Piacenza, porém não ficou muito tempo lá e voltou para o Brasil trabalhando em várias localidades.

Barba Toni era o apelido do Padre Antônio e significa  Tio Antônio. 

O Instituto a que ele se refere é a casa mãe, Piacenza, onde estudavam os seminaristas para se tornar missionários

 

 

 créditos das cartas melhoradas para leitura: Fernanda do Canto

Fonte: Arquivo da Congregação de São Carlos em Roma

Raízes de um povo - Redovino Rissardo



Carta do padre Antonio Seganfreddo, missionário scalabriniano no Rio Grande do Sul

Esta carta é dirigida ao Padre Domênico Vicentini, que foi o primeiro missionário scalabriniano na missão do Rio Grande do Sul. O Padre Antonio Seganfreddo, o segundo missionário, escreve para informar sobre a missão. Uma severa seca, acompanhada de intenso calor, propiciou a formação de nuvens de gafanhotos; o pasto secou, resultando em fome e doenças, especificamente o tifo. O Padre Domênico Vicentini estava na Itália, atuando como reitor do seminário de Piacenza, cargo que assumiu após o falecimento do bispo Giovanni Battista Scalabrini, conhecido como o bispo dos emigrantes.


De acordo com relatos históricos, esses fenômenos perduraram por três anos: de 1906 a 1908, provocando extrema escassez, fome, doenças e mortes.




quarta-feira, 17 de abril de 2024

O VENTO

 Poemeu sobre o vento

O vento se apresenta
Com diversas formas de agir
Ora me agrada com uma brisa leve e trás o perfume das rosas
Ora se enfurece e sopra forte
Se cuide de mim...se cuide de mim...
Avisa
Posso ser bom mas também posso ser mau...e sacode os galhos da árvore prá cá e pra lá.. mostrando estar brabo...
Hoje o vento escolheu me dar um susto
Espero que ele se acalme
Mando a ele um pedido de desculpas
Me poupe...me poupe...
O vento até se parece
Com as pessoas...

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

A IMIGRAÇÃO DA FAMÍLIA SEGANFREDO DESDE A ITÁLIA

 

FAMÍLIA  SEGANFREDO

RELATO DOS PRIMÓRDIOS NA REGIÃO DA COLÔNIA ALFREDO CHAVES

 Ana Maria Seganfreddo

 

Introduzo esse  relato sobre meus antepassados imigrantes italianos na então Colônia Alfredo Chaves, mais precisamente na região da atual Nova Bassano e    arredores relatando informações que obtive ao longo de anos de pesquisa, mas também por ser filha de um bassanense, Cornélio Seganfredo que ali viveu na linha décima até os 25 anos quando se transferiu para Ciríaco onde se casou e se estabeleceu como agricultor .

Uma vez ao  ano ele e  outros agricultores migrados de Nova Bassano visitavam o lugar de nascimento mais precisamente nas festas das comunidades  São Paulo Apóstolo e São Roque nas festas dos padroeiros onde tinham a oportunidade de encontrar os parentes e conhecidos que lá permaneceram.

 

 

ANTÔNIO SEGANFREDDO, BARBA TONI

 

 

     O  nosso mais ilustre antepassado , Antônio Seganfredo   na primeira estada no Rio Grande do Sul  foi  operário na abertura das estradas  coloniais  e posteriormente no segundo reingresso  missionário scalabriniano.

     Nasceu  Antônio em Mason Vicentino -VI-_Itália no dia 12 de junho de 1851, filho primogênito de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Emigrou para o Brasil na década de 1880 com a idade de 31 anos, portanto já adulto.

   O que sabemos dele provém da história oral contada por alguns parentes e poucos  escritos de pesquisadores padres scalabrinianos e principalmente pelas inúmeras cartas que enviou ao fundador da Congregação Scalabriniana Dom Giovanni Battista Scalabrini e posterior à morte deste  ao sucessor superior da Congregação  e também para alguns coirmãos com os quais conviveu no Rio Grande do Sul enquanto trabalhava na missão da então Colônia Alfredo Chaves.

      Antônio Seganfredo era de  origem humilde e  começou a trabalhar para prover seu sustento desde os 14 anos , como ele mesmo relatou.  Sempre como trabalhador braçal  em Mason Vicentino e arredores sendo que em 1880 estando em Bassano del Grappa regressou à cidade natal e preparou-se para emigrar para o Brasil.

O apelido de Barba Toni , segundo informações, foi dado porque ele era uma vocação madura no seminário e significa “TIO TONI”.   

     Nessa época o governo Provincial do Rio Grande do Sul começou a contratar operários para a abertura das estradas coloniais até então praticamente inexistentes. Era necessário melhorar a trafegabilidade nas Colônias para facilitar o deslocamento de pessoas e transporte da produção agrícola já em expansão. Foi neste tempo que Antônio Seganfredo partiu para o Brasil para esse serviço temporário acompanhado de alguns compatriotas e foram empregados na abertura da principal artéria colonial, a estrada Buarque de Macedo que partia do porto fluvial de São João de Montenegro até Alfredo Chaves , atual Veranópolis  passando por Garibaldi e Bento Gonçalves. Conta-se que ele se empregou como cozinheiro do grupo de trabalhadores, mas também exercia outros serviços braçais.  Ele trabalhou mais especificamente entre os atuais municípios de Bento Gonçalves e Veranópolis. Á noite costumava reunir os trabalhadores dispostos a rezar e desta forma deram-lhe o apelido de capelão. Desta  sua prática cotidiana veio-lhe a ideia de, após anos de trabalho  voltar para a Itália e ingressar em alguma Congregação religiosa onde pudesse preparar-se para tornar-se padre e posteriormente voltar ao Rio Grande do Sul e exercer o ministério presbiteral  e assim fez .

     Chegando na  Itália dirigiu-se para Mason Vicentino e ficou uns dias na casa dos pais. Conversando com a mãe falou-lhes sobre o seu desejo de estudar para tornar-se padre . Conta a Irmã Mafalda Seganfredo, sobrinha neta dele, que a mãe respondeu”_ como queres te tornar padre se nem te vejo rezar?” Ao que ele respondeu”- Va la...va la... um Pai Nosso e uma Ave Maria já são suficientes!”. A mãe falou isto porque naquela época os padres tinham como característica o ascetismo, o que nunca foi o lado forte dele. Levando adiante o seu ideal foi admitido primeiramente no Instituto Mander de Fonte Alto- TV, que era apropriado para vocações maduras. Posteriormente, fechando este dirigiu-se para Piacenza, Emilia Romagna, onde foi admitido no Instituto para Emigrantes em 26 de setembro de 1892 , este fundado por Dom Giovanni Battista Scalabrini com o propósito de formar missionários para acompanhar os imigrantes onde quer que fossem, pois era muito grande o fluxo migratório.

    Ali permaneceu estudando teologia até o ano de 1895, quando foi ordenado sacerdote  em 31 de março por Giovanni Battista Scalabrini.

Agora já sacerdote foi enviado para o Rio Grande do Sul  em 20 de julho de 1896, a bordo do navio a vapor Edilio Re, partindo de Nápoles passando pelo  Porto de Genova juntamente com 2200 imigrantes. Assumiu  no navio o papel de capelão, onde pode acompanhar as vicissitudes deles e nessa viajem de reingresso  presenciou a morte de seis crianças e uma mulher jovem.

Do porto de Santos onde desembarcou cumpriu algumas visitas formais encomendadas por Dom Giovanni Battista Scalabrini e foi a São Paulo visitar o padre Giuseppe Marchetti, no Instituto Cristóvão Colombo, porém não o encontrou, foi posteriormente para Curitiba onde visitou Santa Felicidade, onde encontrou os coirmãos naquela missão e em seguida rumou para o Rio Grande do Sul. Ali foi se apresentar ao bispo da Provincia porém não o encontrou, rumando então por conta própria para a linha IX Ramiro Barcellos , no atual município de Nova Bassano onde já estava desde 1892 seu irmão Giuseppe Seganfredo com a família. Era setembro de 1896.

  Pretendia começar  seu apostolado ali, onde havia uma pequena Igreja perto do Monte Pareo, porém como os agricultores das linhas IX e X estavam disputando o local onde seria erguida uma Igreja matriz começaram a litigar entre si, então ele resolveu sair dali e ir para outro lugar então chamado Capoeiras ou São João Batista do Herval onde tinha uma pequena igrejinha em madeira nas terras do fazendeiro Silvério Antônio de Araújo dedicada a São João Batista. Começou ali a atender os agricultores exercendo todas as obrigações de um missionário.

No final de outubro do mesmo ano chegou naquela Colônia também o padre Pedro Colbacchini, que já havia trabalhado na missão do Paraná, depois retornara à Itália e agora novamente no Brasil, mas na missão do Rio Grande do Sul.

Este contava com a ajuda do padre Antônio Seganfredo, que deveria ser seu coadjutor, porém ambos eram dotados de uma personalidade forte e não combinavam muito como companheiros de trabalho, ficando então o primeiro radicado em Capoeiras de 1896 quando retornou da Itália como padre até aproximadamente 1910 quando adoeceu gravemente e voltou por um período à Itália para se tratar. Depois que retornou da Itália permaneceu uma temporada em Porto Alegre atendendo os imigrantes que continuavam chegando, porém na manhã do dia 23 de dezembro de 1912 teve um mal súbito e morreu na Santa Casa de Misericórdia .

  Padre Antônio Seganfredo por ter sido operário antes de se tornar padre tinha facilidade em se misturar com a população durante os festejos paroquiais,  participava das rodas de canto, pois amava cantar. Cantava enquanto percorria longas distâncias a cavalo no meio dos matos, onde ia até cem quilômetros de distância a visitar famílias por ali dispersas. Também gargalhava, o que parecia um absurdo para um padre da época.

Mas era bem quisto, ensinava remédios caseiros que aprendera com os caboclos da região e na ausência de médicos era bastante procurado quando algum paroquiano adoecia.

    Quanto aos coirmãos foi muito criticado  por vários motivos: um foi o de não ter obedecido uma das regras da Congregação que era de permanecer sempre  dois padres no local da  missão.

  Outra crítica era a de ser nepotista por ter acolhido os pais e a família do irmão Carlo por aproximadamente dois anos na residência paroquial, pois estes ao chegarem da Itália , sem saber falar português foram parar com uma leva de imigrantes em uma fazenda de café em Minas Gerais. Além disso foi até lá busca-los e os conduziu ao Rio Grande do Sul, pela distância de ida e volta ficou fora da missão por quase quatro meses sem a autorização do superior.

   Em uma das cartas escrita em 1897 e enviada para Dom Giovanni Battista Scalabrini expressou sofrimento. Escreveu: “- Eis a vossos pés o último de vossos missionários. Me sinto cansado e deprimido pelas calúnias que sou obrigado a ouvir do padre Pedro.”

      Mas também enfrentou adversidades  quando em 1906  ocorreu   uma grande seca na região.  Secaram as águas, secou o pasto e favoreceu o aparecimento de grandes nuvens de gafanhotos que devoraram todas as plantações deixando a todos na miséria. Também uma epidemia de tifo matou muita gente obrigando-o a passar muitas horas a cavalo e  a pé indo atender os moribundos.

  Mas teve a audácia de construir juntamente com os colonos uma Igreja em alvenaria, começando em 1898 . A mesma foi inaugurada por Dom Giovanni Battista Scalabrini na sua visita pastoral em 1904. Em seu diário de viagem Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto estava visitando a região :

 “_O Pe. Seganfredo  sente extremamente a falta de um colega. Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às  12 horas partirei para nova Bassano , distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira juntamente com Carlos e o Pe. Marcos  . Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei  solenemente amanhã ou depois. É obra do bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração de todos.”

     No ano de 1915 os restos mortais do Pe.Antonio  foram trasladados  de Porto Alegre onde  estava sepultado e trazidos  para Capoeiras    fato este que    causou uma grande comoção, e  uma multidão foi recebe-los a 10 km de distância para acompanhar o cortejo  e sepultados foram na Capela Maior daquela Igreja que construíra junto com seus paroquianos, tendo uma inscrição em uma lápide de mármore que dizia” -Ao Reverendo Pe. Antônio Seganfredo, missionário carlista, fundador desta Igreja por 14 anos pastor muito amado, Capoeiras reconhecida: 1851-1912.

Porém com a construção da atual Igreja de Nova Prata os restos mortais dele foram retirados daquela Igreja primeira e dizem que  foram  enviados para Nova Bassano, pois a paróquia já não era gerida pelos scalabrinianos. Neste trajeto ninguém mais soube que fim tiveram, não há um lugar de sepultura para que possamos visitar. Mas, seja lá o que tiver acontecido, o que permanece é o exemplo de sacerdote, um homem que parecia ser rude, mas que tinha um coração compassivo, um verdadeiro apóstolo de Jesus.

 

 

GIUSEPPE SEGANFREDO

    

     Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de novembro de 1853. Irmão de Antônio Seganfredo, o missionário ,  emigrou para o Brasil juntamente com a esposa Margherita Marcon e os cinco filhos do casal, partindo de Mason Vicentino em 15 de dezembro de 1891. No mesmo dia partiu também sua irmã Lucia Seganfredo nascida em 12 de junho de 1856, casada com Girolamo Lovison e os três filhos . Foram incentivados a emigrar por Antônio Seganfredo que  já havia retornado para a Itália. Antônio alimentava um sonho que era de reunir toda a família no Rio Grande do Sul.

     Giuseppe Seganfredo embarcou com a família no vapor Solferino e aportou no Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892. Logo em 16 de março de 1892 embarcou com a família no navio Iris e em 19 de março já estava no Rio Grande do Sul onde foi encaminhado para a Colônia Alfredo Chaves, na linha IX, Ramiro Barcellos, ocupando o lote 37.  

   Como havia combinado com o irmão Antônio, ali chegando começou a movimentar os colonos para solicitar a vinda de um padre para atender essa parte da Colônia. Foi muito ativo nesta busca, porém , apesar de ter Lucia Seganfredo com a família morando na mesma linha, mais tarde também a família de Carlo se estabeleceu ali, os irmãos Seganfredo realizaram o sonho em parte, porque Antônio escolheu permanecer em Capoeiras, atual Nova Prata e Luigi , o caçula permaneceu na Itália, não conseguiu embarcar em 1897  pois a esposa Giullia Bellinaso estava grávida. De Luigi descendem nossos parentes italianos de Maróstica.

   Giuseppe Seganfredo sempre foi agricultor e morou sempre nesse endereço onde faleceu em 10 de junho de 1919.

  Dos filhos nascidos na Itália o menino Lino, que nascera em 1887 faleceu depois de chegar ao Rio Grande do Sul, porém não sabemos onde foi sepultado, talvez na beira da trilha percorrida até chegar ao destino final, como acontecia seguidamente.

No Brasil nasceram mais dois meninos, a um deles deram o nome de Lino Marcon Seganfredo ,(ano de 1894)  para homenagear o irmão . Este posteriormente casou-se com Virgínia Barbisan. Riccardo Marcon Seganfredo também nasceu no Brasil em 1896 se casou com Francisca Anzolin. Pellegrino,(ano 1880) meu avô, casou-se com Catterina Seganfredo, e eram primos. Maria (ano 1884) casou-se com Francisco Balzan, Antônio (1885) casou-se com Giovanna Caldieraro e Catterina( ano 1891) casou-se com João Caron.

Margherita Marcon faleceu em 5 de agosto de 1916. Tanto Giuseppe quanto Margherita permaneceram sempre em Nova Bassano e ali também foram sepultados.

 

LUCIA SEGANFREDO

 

      Lucia Seganfredo nasceu em 12 de junho de 1856 em Mason Vicentino-V - Itália.   Girolamo Lovison nascido em 22 de junho 1851  casou-se com ela no dia 24 de janeiro de 1877.

  Partiram de Mason Vicentino no mesmo dia de Giuseppe Seganfredo, 15 de dezembro de 1891, como consta no Foglio de Famiglia. Vieram  trazendo três filhos Luigi, Catterina e Andrea. No Brasil nasceram mais dois filhos: Giovanni Battista  e Antônio.

 Estabeleceram-se na linha IX, Ramiro Barcellos , lote  35 , mas possuíam outro lote na linha 31,  no ano de 1892, portanto quatro anos antes do padre Pedro Colbacchini ali chegar.

   Lucia faleceu em 28 de dezembro de 1941, no lote 31 da linha Ramiro Barcellos, por isso deduzimos que ali foi construída a casa. Girolamo faleceu em .8 de junho .de 1922 .em Nova Bassano onde foi sepultado .

Luigi (ano de 1886) casou-se com Ângela Carollo, Cattterina (ano 1887) casou-se com Camilo Sasso, Andrea( 1879) casou-se com Fortunata Anzolin, Giovanni Battista  (ano de 1893) casou-se com Emilia Dalla Costa, Antônio( 1900) casou-se com Aurélia Lazzarotto  e posteriormente com Ursula Zortea.

   Deduzimos que Giuseppe Seganfredo e Girolamo Lovison com suas famílias partiram de Mason no ano de 1891 chegando no Rio Grande do Sul  no inicio de 1892, sendo ambos considerados pioneiros  entre as primeiras famílias que se estabeleceram na região de onde surgiu posteriormente Nova Bassano.

    Desta família originou-se uma grande descendência, uns permaneceram em Nova Bassano, outros migraram para outras regiões e exercem variadas profissões.

 

 

 

 

 

CARLO SEGANFREDO

  Carlo Seganfredo nasceu em oito de outubro  de 1858 em Mason Vicentino, VI_ Itália e casou-se com Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Faleceu em Nova Bassano em 17 de maio de 1945.Maria Giovanna Nicoli nasceu em.14 de agosto de 1861 e faleceu em 11 de janeiro de 1933. Ambos foram sepultados em Nova Bassano.

   Carlo Seganfreddo partiu de Mason Vicentino em 30 de março de 1897  com os sete filhos. Trouxeram consigo também o velho pai Pellegrino. e Maria Volpato . Também os acompanhava até o porto de Genova o irmão Luigi com os filhos e a esposa Giullia Bellinaso. Como esta estava em adiantado estado de gravidez não foi admitida no navio, então essa família retornou para Mason e ali permaneceram, ficando assim a família dividida.

Quando chegaram no porto do Rio de Janeiro sem saber falar o português seguiram juntamente com uma leva de imigrantes para uma fazenda de café em Minas Gerais onde permaneceram por alguns meses até conseguirem se comunicar  com o padre Antônio Seganfredo que já estava em Capoeiras e este, aconselhado por alguns coirmãos partiu no dia dois de julho e retornou com eles em .oito de setembro.  Chegando no Rio Grande do Sul deixou os pais e a cunhada com duas crianças menores em São João de Montenegro e caminhou dali acompanhado do irmão e 5 sobrinhos por três dias embaixo de uma chuva torrencial até chegar em Capoeiras. Em uma das cartas onde narra o fato a Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu –“ cheguei doente, mas  vivo.”

Carlo , talvez por ter sido enviado a outra região chegando na Colônia Alfredo Chaves ficou sem propriedade rural, o que o obrigou a permanecer por dois anos em Capoeiras com o  irmão Padre Antônio.

Em 1900 já se instalou perto do irmão Giuseppe, na linha IX. Ali permaneceu por algum tempo e abriu uma bodega de Secos & Molhados, produtos que eram de necessidade básica dos colonos. Infelizmente um certo dia, passando um cortejo festivo de casamento estourando morteiros uma faísca caiu em cima da casa de madeira que incendiou e a perda foi total. Construíram ali uma outra pequena casa, mas com o passar do tempo deixaram ali um dos filhos e mudaram-se para o núcleo de Nova Bassano, que já ia crescendo, abrindo em uma grande casa de madeira na qual moravam  uma espécie de hospedaria . Carlo era  sacristão, não era muito afeito aos trabalhos pesados na agricultura rudimentar, era muito franzino, por isso optou por outro trabalho que não o rural.

 A família era numerosa: Catterina(1882) minha avó, casou-se com Pellegrino Seganfredo, o primo, Amália(1885) casou-se com Augusto Segalin, Maria (1886) casou-se com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888) casou-se com Maria Thereza Soccol, Assunta(1890) casou-se com Angelo Zandoná, Lino (1893) casou-se com Thereza Parisotto, Livia ( 1896) casou-se com Francisco Tecchio, Estes nascidos na Itália.

Esses abaixo nasceram em Nova Bassano.

Gilberto (1899) casou-se com Maria Tecchio, Florinda ( 1900)  casou-se com Francisco Tonini, Silvio ( 1902)casou-se com Palmira Vanzin, Luís (1904) casou-se com Elisa Tedesco, Augusto ( 1907) casou-se com Maria Segalin.

   Sobre a participação da família de Carlo em Nova Bassano podemos destacar Cirillo, que quando jovem morou com o padre Pedro Colbacchini e era aluno do padre Antônio Serraglia. A ideia era estudar e tornar-se padre. Voltou para a Itália para prestar o serviço militar em Maróstica, já em 1910 retornou para o Brasil e em 1912 estava trabalhando em São Paulo, em um lugar chamado Rio Claro , onde havia uma filial do Instituto Cristóvão Colombo pertencente aos  padres scalabrinianos. Depois da morte do padre Antônio Seganfredo, cremos que pouco depois voltou para Nova Bassano onde organizou juntamente com outros jovens a Banda Bassanense, Ele era o maestro.

  Também podemos destacar a participação de Silvio Seganfredo na Cooperativa que prestava serviços aos agricultores comercializando um pouco de tudo que era necessário aos mesmos. De fumo de rolo , arame farpado, instrumentos de trabalho para a agricultura, víveres ,  enfim um comércio de Secos & molhados, muito comum naqueles tempos.

   Com o passar dos anos  muitos  migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, mas também para Santa Catarina e Paraná, porém ainda  permanecem muitos descendentes destas três famílias de  pioneiros no  povoamento de Nova Bassano.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

    

 

 

 

 

 

 


 

HISTÓRIA DE UMA FAMÍLIA DE IMIGRANTES ITALIANOS-UM PADRE MISSIONÁRIO

 

Padre Antônio Seganfredo – Barba Toni

Segundo missionário Scalabriniano no Rio Grande do Sul

  Nasceu em Mason Vicentino-VI-Itália em 12 de junho de 1851, filho de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Emigrou para o Brasil no inicio da década de 1880 para trabalhar como operário na abertura de estradas coloniais. Empregou-se como cozinheiro e reunia os compatriotas para rezar  á noite o que lhe rendeu o apelido de capelão. Sentiu então um chamado vocacional e resolveu depois de anos de trabalho entre Bento Gonçalves e Veranópolis voltar para a Itália e estudar para tornar-se padre.  Foi aceito no Instituto Mander de Fonte Alto -TV, voltado à vocações maduras e posteriormente no Instituto para Emigrantes em PIACENZA, fundado por Dom Giovanni Battista Scalabrini. Foi ordenado padre em 31 de março de 1895 com 44 anos de idade.  No seminário tinha o nikename de Barba Toni,  porque já era um homem de meia idade, o que quer dizer em uma linguagem local “TIO TONI.  Em  1896   foi enviado para a  Colônia Alfredo Chaves chegando em setembro. Instalou-se na casa do irmão Giuseppe Seganfredo que havia emigrado em 31 de dezembro de 1891 e desde março de 1892 estava ocupando o lote 37 na linha IX no território da atual Nova Bassano. Ali tinha uma pequena igrejinha em madeira perto do monte Pareo, começou a trabalhar mas como os colonos das linhas IX e X disputavam o local da construção de uma Igreja maior começaram a litigar entre si, retirou-se para a  Capoeiras, onde havia uma pequena igreja em madeira nas terras do fazendeiro Antônio Silvério de Araújo. Ali Começou a desenvolver a missão entre os colonos. No final de outubro no mesmo ano chegou também o padre Pedro Colbacchini. O padre Pedro era o chefe da missão, mas como os dois padres eram muito diferentes no modo de atuar o padre Antônio Seganfredo permaneceu em Capoeiras e o padre Pedro Colbacchini foi para a região da  atual Nova Bassano onde se instalou temporariamente na casa de um colono na linha X.  O padre Antônio Seganfredo permaneceu nessa missão entre Capoeiras, atual Nova Prata, Protásio Alves e arredores de 1896-1912 quando teve um mal súbito e faleceu na Santa Casa de Misericórdia em Porto Alegre onde  foi sepultado. No ano 1915 exumaram o corpo e os restos mortais foram transladados para Capoeiras onde uma grande multidão esperava o cortejo. Foi sepultado na capela maior da Igreja de São João Batista onde em uma lápide de mármore estava escrito “- Ao padre Antônio Seganfredo missionário carlista fundador desta igreja por 14 anos pastor muito amado.Capoeiras reconhecida.1851-1912.

Durante os anos em que ali exerceu seu papel de missionário incentivou os agricultores a solicitar ao governo provincial escolas para as capelas, visitava as famílias de imigrantes até 100 km de distância a pé e a cavalo, esteve junto com os imigrantes quando em 1906 houve uma grande seca na região, as águas secaram, o calor propiciou o surgimento de nuvens de gafanhotos que devoraram  as plantações, houve um surto de tifo e morreram muitas pessoas, o que o obrigou a atender de norte a sul incessantemente os doentes.

De temperamento extrovertido, gargalhava contando histórias, cantava nas rodas nos dias das festas religiosas , ensinava remédios caseiros que aprendera com os nativos aos  colonos, por isso era muito procurado e amado.  Dom Giovanni Battista Scalabrini escreveu enquanto estava visitando a região  em 1904:

 “_O Pe. Seganfredo  sente extremamente a falta de um colega. Imaginem que para chegar de uma parte à outra da missão é preciso viajar até quatro dias a cavalo. Frequentemente , ao regressar de um núcleo é chamado para outro, mais ou menos – ou melhor-sempre-distante. Ficarei aqui até sábado para administrar a crisma e tratar de outros assuntos. Às  12 horas partirei para nova Bassano , distante apenas quatro horas .Estou hospedado numa casa nova ,de madeira juntamente com Carlos e o Pe. Marcos  . Há uma igreja muito bonita, quase terminada, dedicada a São João Batista; benzê-la-ei  solenemente amanhã ou depois. É obra do bondoso Pe. Seganfredo que, com seu zelo e sua piedade , conquistou a veneração de todos.”

Depois da morte dele em 1912 a paróquia permaneceu na direção dos scalabrinianos até 1918. Dali em diante foi gerida pelos padres seculares. Com a construção da igreja atual em Nova Prata a primeira foi desativada, os restos mortais dali retirados e, dizem, enviados para Nova Bassano para que dessem a devida destinação. Algo aconteceu neste intervalo de tempo e não sabemos mais onde foram parar, não temos um lugar de sepultura para visitar. Pela mudança de gestão daquela paróquia e por não ter um lugar de sepultura a história dele foi esquecida até o tempo presente .  Mas como o tempo se encarrega de  resolver certos esquecimentos,  pôde ele mesmo contar sua história através do resgate das cartas manuscritas desde o arquivo geral da Congregação dos Padres Scalabrinianos em Roma.

 

 

Giuseppe Seganfredo- pioneiro no povoamento de Nova Bassano (então Colônia Alfredo Chaves)

Giuseppe Seganfredo nasceu em 13 de novembro de 1853 em Mason Vicentino-VI-Itália- filho de Pellegrino Seganfredo e Maria Volpato. Casou-se com Margherita Marcon em 25 de novembro de 1875. Em 15 de dezembro de 1891 partiram de Mason emigrando para o Brasil juntamente com os 5 filhos. Na mesma data partiu Lucia Seganfredo com o marido Girolamo Lovison e os 3 filhos. Embarcados no navio a vapor Solferino chegaram no porto do Rio de Janeiro em 26 de janeiro de 1892.Em meados de março de 1892 chegaram em Porto Alegre embarcados no paquete Iris e já foram encaminhados para se estabelecer no lote 37 da Linha IX ,Ramiro Barcellos, perto do monte Pareo. Dos 5 filhos nascidos na Itália Lino faleceu em solo riograndense logo ao chegar e como não encontramos certidão de óbito pode ter sido sepultado na beira da trilha que conduzia os primeiros povoadores até seu destino final, como costumavam fazer. Na beira destas trilhas havia muitas cruzes- contavam os nossos anciãos.Em 1894 nasceu outro menino ao qual deram o nome de Lino Marcon Seganfredo, e mais outro menino em 1896 Riccardo. Pellegrino (1880) casou com Catterina Seganfredo, Maria(1884) casou com Francisco Balzan, Antônio(1885) casou com Giovanna Caldieraro, Catterina (1891) casou com João Caron, Lino(1894 )casou com Virgínia Barbisan) Riccardo (1896)casou com Francisca Anzolin.

Giuseppe foi um dos agricultores que começou a movimentar os compatriotas da linha IX para solicitar um padre para atender os imigrantes nessa parte da região de Alfredo Chaves.

Sempre foi agricultor e ali faleceu em 10 de junho de 1919 .  Margherita Marcon faleceu em  5 de agosto de 1916. Ambos foram sepultados em Nova Bassano.

Desta família podemos destacar Pellegrino Seganfredo, o primogênito, que foi professor por diversos anos em uma escola para os filhos dos imigrantes ensinando ler e escrever em português.

 

Carlo Seganfredo- nasceu em 8 de outubro de 1858 , irmão de Antônio, o missionário, de Lúcia e de Giuseppe. Casou-se com  Maria Giovanna Nicoli em 28 de janeiro de 1885. Emigrou para o Brasil em 4 de abril de 1897 com os 7 filhos e os pais Pellegrino de 81 anos e Maria Volpato de 69 anos. Aportaram no Brasil no inicio de maio. Depois de 3 meses trabalhando em uma lavoura de café em Minas Gerais vieram para o Rio Grande do Sul, na mesma Colônia Alfredo Chaves. Ficaram por ali esperando ser designado um lote de terras e enfim em 1898 foram se estabelecer na mesma linha IX vizinhando com Giuseppe e Lucia. Abriram uma bodega de Secos & Molhados, comum na época, com  produtos que eram de necessidade dos colonos. Infelizmente em um dia que passava um cortejo de casamento dispararam um morteiro que caiu em cima do telhado de madeira e queimou a casa e a bodega. Construiram outra casinha de madeira ali, mas como estavam sem nada foram morar em Nova Bassano, que começava a prosperar , em uma grande casa de madeira onde abriram uma pequena pensão com refeitório. Tiveram 12 filhos que se casaram em Nova Bassano, 7 italianos e 5 brasileiros.

Catterina(1882) casou com Pellegrino Seganfredo, Amália(1885) casou com Agostino Segalin, Maria( 1886) Casou com Natale Luigi Signori, Cirillo(1888) Casou com Maria Soccol, Assunta(1890) casou com Angelo Zandoná, Lino(1893)casou com Thereza Parisotto. Livia(1896)Casou com Francisco Tecchio, Gilberto(1899)Casou com Maria Tecchio, Florinda(1900) casou com Francisco Tonin, Sylvio(1902) casou com Palmira Vanzin, Luis Ernesto(1904)casou com Elisa Tedesco, Augusto(1907) casou com Maria Segalin.

Destes filhos dois se destacaram em Nova Bassano, sendo Cirillo professor e maestro da Banda Bassanense , ativa no ano de 1915. Sylvio fundou uma cooperativa denominada Cooperativa Mista Bassanense, cita à rua Duque de Caxias , 29. Ali vendiam tudo o que os agricultores precisavam, desde ferramentas agrícolas, arames, pregos, fumo de rolo, inseticidas, sementes e também ferraduras e arreios para os cavalos. Fundada ali pelo ano de 1959, funcionou por muito tempo sob o comando de Sylvio e do filho deste Eloi Benito, posteriormente acabou encerrando as atividades.

Destas famílias também se originaram profissionais liberais, atuando em várias atividades, muitas famílias migraram para outros lugares do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e no tempo presente estão praticamente em todos os Estados do Brasil

 

Fontes de pesquisa:

Seganfredo Ana , Seganfreddo Alessandro-Uma Família, Uma História- 2018-AllPrintEditora-Erechim

Baréa Dom José- A vida Espiritual nas Colônias Italianas -RS-EdiçõesEST